segunda-feira, 23 de agosto de 2010

…Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum. (Mt 17,20)



”Levado pelo Espírito” ao deserto, Jesus ali fica quarenta dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem… (CIC§538)

O Catecismo ressalta o fato de Jesus jejuar no tempo do deserto, pois o jejum é algo importantíssimo para se viver. O próprio Senhor já dizia:

…Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum. (Mt 17,20)

Ele bem sabia da força mística do jejum, pois ele também Jejuou e experimentou no seu próprio corpo o benefício do jejum em sua vida. Para nós, dos tempos modernos, infelizmente o jejum caiu em desuso e seja um cristão iniciante, ou um cristão de caminhada, cada um tem a sua desculpa para não jejuar. Uns dizem ter muitas ocupações e precisarem de energia. Outros afirmam que tem problemas de saúde. E por ai vai… E são desculpas que a um primeiro momento até parecem “convincentes”.

Digo isso com propriedade, porque também eu já dei desculpas assim. Inclusive médicas, pois na época o médico disse que eu nunca poderia fazer jejum. Mas sinceramente falando, e o digo por mim, sabe qual é o principal motivo para não se fazer jejum?

É o fato de nós não conseguirmos controlar nossos corpos e nossa fome: ou melhor nossa gula.

E se você é leitor antigo deste blog, deve recordar do estudo que fizemos sobre a gastrimargia (caso queira retomar esse estudo, leia veja as indicações abaixo), ou pecado da gula. E nem adianta dizer que você não é guloso por que é magro. Gula não significa obesidade. Tem muito magro que come com o olho.

O fato é que o jejum é uma arma espiritual, e diga-se de passagem, uma das mais eficazes. Primeiro porque quando se faz o jejum, a finalidade em si não é apenas privar-se de comer, mas alimentar-se do alimento eterno: o Cristo. Quem jejua experimenta uma liberdade espiritual incrível. Desde a antiguidade, os grandes homens de oração vivam assíduamente essa arma espiritual.

“Privar-se do alimento material que nutre o corpo facilita uma disposição interior a escutar Cristo e a nutrir-se de sua palavra de salvação” (Bento XVI)

Mas como se jejua corretamente?

Antes de explicar como vivemos o jejum em nossos dias, gostaria de dizer que o jejum que Jesus fez (40 dias e 40 noites) foi um jejum diferente, e radical, tanto que muitos santos e ascetas tentaram viver e não conseguiram. Outros chegaram bem perto (como São Fracisco por exemplo), porém não é indicado pela Igreja. É preciso jejuar nos dias certos, como a Igreja indica.

O Monsenhor Jonas Abib tem um livrinho pequeno e simples que nos explica como se pode jejuar. Seguindo o roteiro desse livro, todos nós podemos fazer o jejum, seja você jovem, adulto ou idoso, são ou doente, ocupado ou ocioso. O jejum é feito de acordo com suas possibilidades e exitem várias “modalidades” de jejum. É só aprender e escolher o jejum adequado para as suas possibilidades. O que você não pode é continuar dando desculpas para não jejuar.

Eu tenho feito meu jejum como se pede na Comunidade Canção Nova - as quartas e sextas feiras. Não é fácil, mas tenho pedido a graça pra Deus. Hoje eu faço meu jejum a base de líquido. Além disso, quando vou a algum encontro ou pregação, eu tento fazer jejum também, como forma de estar mais atento ao que Deus quer me falar. E posso testemunhar: Muito dessa retomada espiritual que tenho vivido, se deu a partir dessa retomada do meu jejum. Através dele, e com a graça de Cristo tenho retomado as rédeas da minha espiritualidade e da minha essência.

Quero aconselhar você amigo leitor desse singelo blog, a fazer a experiência de começar a viver o jejum no seu dia a dia. Digo a você que seu trabalho diário e suas ocupações não vão impedir você de fazer o jejum e ao contrário, você estará mais preparado para enfrentar o seu dia, pois quem jejua, escuta a Deus com a clareza.

Ainda hoje, quero postar alguns textos complementares sobre o jejum. Acho que vão ajudar você.

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