terça-feira, 18 de maio de 2010

Novena de Pentecostes 4º Dia: O Espírito da Promessa no Antigo Testamento


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Vinde, Espírito Santo, Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor / Enviai o vosso Espírito e tudo será criado / e assim renovareis a face da terra. Oremos: Deus, que instruístes o coração dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo: fazei com que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso,Amém!

Leitura Bíblica: Ez 36, 24-28

Reflexão Catequética

É da maior importância para a nossa abertura à Pessoa do Espírito Santo compreendermos adequadamente, tanto quanto nos permite a Revelação e a nossa capacidade de interpretá-la, o significado central daquilo que aconteceu no histórico evento de Pentecostes. Pentecostes não é, simplesmente, “a vinda do Espírito Santo”, como comumente costuma-se afirmar. O Espírito Santo, Pessoa divina que é, sempre esteve presente na história da humanidade, não sendo pois correto crer que Ele só tenha vindo atuar em nosso meio depois de Pentecostes. De fato, já no segundo versículo da Bíblia (Gn 1,2), encontramos a expressão: “... O Espírito pairava sobre as águas...”. E ela nos ensina ainda, por exemplo, que Ele desceu sobre Enoque, Abraão, Isaque e Jacó; que o Faraó compreendera que José possuía o Espírito de Deus; que os milagres de Moisés eram operados por Sua virtude; que atuou em Otoniel, Gedeão, Débora, e Sansão; que Samuel e Davi profetizavam pelo Espírito Santo; que Azarias e Oziel o possuíam. E Isaías (63, 11-12) aduz: “Onde habita aquele que enviou no meio deles o Espírito Santo, guiando Moisés pela destra? Desceu o Espírito do Senhor e foi o guia do seu povo...” Outras passagens da Sagrada Escritura confirmam esta presença e este operar do Espírito Santo nos tempos descritos pelo Antigo Testamento. Do conjunto dessas afirmações, podemos caracterizar em certo sentido o modo como o Espírito Santo estava presente e operava na história da salvação, antes de Pentecostes (porque, depois, seria diferente!). Podemos dizer que: a) O Espírito Santo se manifestava ( ou “se apossava de”, ou “agia em”...) apenas em algumas pessoas, escolhidas por Deus com vistas a algum propósito de Sua parte (alguns reis, profetas, juízes, ou sacerdotes). b) O Espírito se manifestava na vida dessas pessoas por um determinado tempo, apenas; cessada a “missão”, a “tarefa” ou o “propósito”, cessava a aparente manifestação; Ele ainda não “habitava” o ser humano como hoje nos é possível; c) A presença do Espírito na vida de todas as pessoas era uma presença considerada do tipo “natural”, ou imanente, a sustentar e garantir nelas a vida, da qual Ele é Senhor e Fonte! Não era ainda uma presença do tipo “sobrenatural”, além da natureza humana, mas uma presença pela graça, como nos é possível hoje por um intermédio dos Sacramentos. d) Não se tinha a consciência, a revelação, que temos hoje a respeito do Espírito Santo. Percebiam-No mais como uma “força divina”, e não como a presença e a ação de uma Pessoa Divina, da Trindade. Algumas promessas, porém, da parte de Deus pela boca de seus profetas (e depois, pela boca do próprio Jesus) nos davam conta de que, para os tempos messiânicos, ou seja, depois da vinda do Filho, a presença e o operar do Espírito seriam diferentes. Por exemplo, pela boca do profeta Joel, Deus nos anunciava: “Depois disso acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo o ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões. Naqueles dias, derramarei também o meu espírito sobre os escravos e as escravas.” (Jl 3,1-2; ver também Ez 36, 25-27, Is 44,3). Pentecostes é a realização dessas promessas a respeito do Espírito. E a nós, a quem coube viver nesses tempos em que Pentecostes já é uma realidade, é dada a possibilidade de desfrutar os privilégios que o novo modo do Espírito Santo estar presente e agir veio nos trazer, como veremos nos próximos encontros...

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