terça-feira, 18 de maio de 2010
“Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora
O Concílio Vaticano II - um novo pentecostes para a Igreja
Ao fazer a história das origens do Renovamento Carismático, parece quase inevitável referir-se a oração que o Papa João XXIII compôs por ocasião da convocação do Concílio Vaticano II em que dizia, entre outras coisas: “Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele desde as profundezas da terra... Renovai no nosso tempo os prodígios como num novo pentecostes...”
Como surgiu em João XXIII o desejo de convocar um concílio universal e de pedir um novo pentecostes para a Igreja? Porque não imaginar uma igreja inundada de dons e carismas? Que esperava para a igreja?
Parece que a ideia de um concílio surgiu na mente do Papa com uma naturalidade surpreendente. Numa manhã de inverno, a 20 de Janeiro de 1959, João XXIII estava sentado na sua sala de trabalho, na biblioteca pontifícia. Diante dele estava o cardeal Tardini, Secretário de Estado, que recebia todas as manhãs. Naquele dia examinaram a situação crítica da Igreja nalguns países. Que deveria fazer a Igreja? O cardeal Tardini escutava, com respeito. O Papa fazia a si mesmo um monte de perguntas. De repente sussurrou-lhe uma palavra: “Um concílio!” O cardeal Tardini ficou imediatamente conquistado pela ideia. O assentimento do cardeal foi “como o primeiro sinal seguro da vontade do Senhor”. “Flor de inesperada primavera”, assim definiu João XXIII a ideia de convocar um concílio. E, no dia 25 de Janeiro de 1959, foi solenemente anunciado o concílio Vaticano II, o vigésimo primeiro concílio na história da Igreja. O Vaticano II foi inaugurado a 11 de Outubro de 1962. Nele se reuniram 2500 bispos do mundo inteiro. A cerimónia foi impressionante. O Papa fez a profissão de fé, enquanto os 2500 bispos acompanhavam, em voz baixa, aquelas palavras: “Juro e prometo”. Cantaram-se as ladaínhas aos santos e o evangelho, em latim e grego. João XXIII falou durante 35 minutos em latim. Foi um discurso “valente e explosivo”. Foi como um bom presságio em relação ao que estava para vir.
João XXIII morreu no dia 3 de Junho de 1963. Dezoito dias depois, a 21 de Junho de 1963, era eleito sumo Pontífice o cardeal João Baptista Montini, que tomou o nome de Paulo VI. E, no dia seguinte à sua eleição, apressou-se a anunciar que a “parte principal” do seu pontificado seria ocupada com a continuação do Concílio.
O concílio terminou no dia 7 de Dezembro de 1965, depois de quatro sessões (1962, 1963, 1964, 1965). Mas o Espírito não encerrou a Sua obra quando se concluíram as sessões conciliares, permaneceu activo na vida da Igreja.
O Vaticano II foi um tempo de graça. O Espírito Santo voltou a ocupar o primeiro lugar na vida da Igreja. Nos textos conciliares fala-se do Espírito 258 vezes. Foi como um pentecostes para os bispos e a partir deles para a Igreja inteira. A Igreja foi abraçada pelo Espírito e ela abraçou o mundo inteiro e entrou em diálogo amistoso com ele, sem reprovações nem condenações, com uma palavra salvadora nos seus lábios.
Que imaginávamos que poderia acontecer quando João XXIII convocou o concílio Vaticano II e pediu ao Senhor um novo pentecostes para a Igreja? Sabemos o que sucedeu no primeiro Pentecostes da Igreja: fogo, línguas, louvor, medos vencidos, vidas transformadas... Foi isso que pedimos nos meses anteriores ao Concílio: “Renovai tudo isto em nossos dias; renovai o fogo e o poder, as línguas e o louvor, a alegria e o testemunho, os dons e os carismas, as graças do princípio”. O que esperávamos? Um Espírito Santo que deixasse as coisas tal como estavam e não se metesse nas nossas vidas? “Talvez estivéssemos preparados para receber um Espírito que fosse uma brisa suave, mas não um vendaval; um Espírito que trouxesse calor, mas não que fosse um fogo abrasador” (S. Falvo). Um novo pentecostes! Um sopro renovador para toda a Igreja e todos os homens! Foi isso que pedimos. O Vaticano II foi o prelúdio do Renovamento. Quando terminou o Concílio, começou o Renovamento. “O Vaticano II foi o Pentecostes oficial dos bispos, o Renovamento Carismático o pentecostes dos fiéis”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Seguidores
Arquivo do blog
-
▼
2010
(181)
-
▼
maio
(31)
- A cada Ave-Maria bem rezada é uma alma que se salva.
- As Três Ave-Marias.
- Oração para a Ajuda dos Anjos
- O fim de semana Duquesne
- SOBRE O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO
- “Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais ...
- Novena de Pentecostes 9º Dia: Capacitados para Servir
- Novena de Pentecostes 8º Dia: A efusão do Espírito...
- Novena de Pentecostes 7º Dia: Sereis Batizados no ...
- m nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!...
- Novena de Pentecostes 5º dia: A Catequese de Jesus...
- Novena de Pentecostes 4º Dia: O Espírito da Promes...
- Novena de Pentecostes 3º Dia: O Espírito Santo é u...
- Novena de Pentecostes 2º dia: O Espírito Santo é Deus
- 1º Dia - O Espírito Santo no seio da Santíssima Tr...
- Sem título
- Carisma "um dom gratuito do Espírito Santo, destin...
- Os primeiros Movimentos Carismáticos
- A “Renovação Carismática Católica”
- COMO O SOL BAILOU AO MEIO DIA EM FÁTIMA
- PRIMEIRA APARIÇÃO DO ANJO
- Quando Nossa Senhora apareceu pela primeira vez em...
- ATO DE CONFIANÇA E CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES AO ...
- Celebração das vésperas com os sacerdotes, religio...
- A primeira Rosa de Ouro oferecida ao Santuário de ...
- CONVITE
- Agradeço-lhes pelas orações e pelo amor que você m...
- Foi com esta oração que o Papa Leão XIII consagrou...
- A guerra ou a Paz no mundo dependem desta Devoção ...
- Sem título
- A ORAÇÃO EM FAMÍLIA
-
▼
maio
(31)
Nenhum comentário:
Postar um comentário