quinta-feira, 4 de novembro de 2010

a importância das nossas orações as almas do purgatório, bem como oferecer muitíssimas Missas a todas elas.







Padre Pio contou a seguinte história a Padre Anastásio:

“Uma tarde, enquanto eu estava rezando só, eu ouvi o sussurro de um terno e eu vi um monge jovem que se mexeu próximo ao altar. Parecia que ele estava espanando os candelabros e regando os vasos das flores. Eu pensei que ele era o Padre Leone, que estava reestruturando o altar, e como era a hora do jantar, eu fui próximo a ele e lhe falei: Padre Leone, vá jantar, não está na hora de espanar e consertar o altar”.
Mas uma voz que não era a voz do padre Leone me respondeu: Eu não sou o Padre Leone. Então perguntei: quem é você? A voz então respondeu – “Eu sou um irmão seu que fez o noviciado aqui. Minha missão era limpar o altar durante o ano do noviciado. Desgraçadamente, durante todo esse tempo eu não reverenciei a Jesus Sacramentado Deus todo Poderoso, em nenhuma das vezes em que passava em frente ao altar.
Causei grande aflição ao sacramento santo por causa da minha irreverência. Por esse descuido sério eu ainda estou no Purgatório. Agora, Deus, com a sua bondade infinita, enviou-me aqui para que você estabeleça o dia em que eu passarei a desfrutar o Paraíso. É para você cuidar de mim.. Padre Pio nos conta: “Eu creio ter sido generoso com aquela alma de sofrimento e assim exclamei: ‘você estará amanhã pela manhã no Paraíso, quando eu celebrar a Santa Missa.’ ”
“Aquela alma chorou e disse: ‘Cruel de mim, que malvado eu fui’. Então chorou e desapareceu. Aquela exclamação me produziu uma ferida no coração, que eu senti e sentirei a vida inteira. Na realidade eu teria podido enviar aquela alma imediatamente ao Céu, mas eu o condenei a permanecer outra noite nas chamas do Purgatório.”

A Santa Missa é o sacrifício de expiação por excelência. É a renovação do Calvário, que salvou o gênero humano. Na Missa colocou a Igreja a memória dos mortos, e isso no momento mais solene, em que a divina Vítima está presente sobre o altar. É a melhor, a mais eficaz, a mais rápida maneira de aliviar e libertar as almas dos nossos queridos mortos. Certa feita, celebrando a Missa em uma igreja de Roma, São Bernardo caiu em êxtase e viu uma escada que ia da terra ao céu, pela qual os anjos conduziam as almas libertadas do purgatório em virtude do santo sacrifício. Nessa Igreja – Santa Maria Escada do Céu – há um quadro que representa essa visão. Não há maior socorro às almas, diz Guerranger, que a Santa Missa: A Missa é a esperança e a riqueza das almas. Podemos duvidar do valor de nossas orações; mas da eficácia do Santo Sacrifício, no qual se oferece o Sangue de Jesus pelas almas, que dúvida podemos ter? Ao Beato João D’Avila, nos últimos instantes de vida, Perguntaram o que mais desejaria depois da morte. Missas! Missas! Ao Beato Henrique Suzo apareceu depois da morte um amigo íntimo gemendo de dor e a se queixar: “Ai, já te esqueceste de mim”.- Não, meu amigo, responde Henrique, não cesso de rezar pela tua alma, desde que morreste.
- Ó, mas isto não me basta, não basta! Falta-me para apagar as chamas que me abrasam o Sangue de Jesus Cristo. Henrique mandou celebrar inúmeras Missas pelo amigo. Este lhe apareceu então já glorificado e lhe diz: “Meu querido amigo, mil vezes agradecido. Graças ao Sangue de Jesus Cristo Salvador, estou livre das chamas expiadoras. Subo ao céu e lá nunca te esquecerei”. A cada missa, diz São Jerônimo, saem muitas almas do purgatório. E não sofrem tormento algum durante a Missa que lhes é aplicadas. São Vicente Ferrer tinha uma irmã frívola e vaidosa. Vindo a falecer, apareceu-lhe em meio de chamas e sofrendo penas horríveis. “Ai de mim, meu irmão, fui condenada a estes suplícios até o dia do Juízo. Mas tu poderás ajudar-me. É de grande valia a virtude do santo sacrifício. Oferece por mim trinta missas”. Mais que depressa, pôs-se o santo a celebrá-las. No 30° dia, apareceu-lhe a irmã cercada de anjos a caminho do céu. “Graças à valia da Santa Missa ficou reduzida a 30 dias uma expiação que deveria durar séculos”. Certo homem de negócios juntava a todos os meses o montante de suas despesas a soma necessária para mandar celebrar, todos os dias; missas pelas almas. Eis como dizia ele: – Fui recompensado: Desde que coloquei em minha casa um cofre destinado a estas esmolas, essas almas trabalham por mim.

Depois da Missa… A Comunhão
Não há sufrágio mais poderoso, depois da Santa Missa, para socorrer as almas, que a santa comunhão, diz São Boaventura.
A Eucaristia é um sacramento de descanso e paz para os defuntos, diz Santo Ambrósio. Eco mesmo afirmam S. Cirilo e S. João Crisóstomo. Procuremos fazer boas comunhões lembrando-nos que quanto melhor as fizermos tanto mais aliviaremos os mortos. E célebre a sentença do Papa Alexandre VI: “Todo que reza, e muito mais ainda quem comunga pelas almas, com o desejo de ajudá-las, as obriga a gratidão e remuneração”. O Papa Paulo V estimulou a prática das comunhões pelas almas padecentes. O Venerável Luiz Blois tendo feito uma comunhão muito fervorosa por um amigo que sofria no purgatório, recebeu a sua visita, com estas palavras: “Graças, mil graças, meu amigo. Vou contemplar a face de meu Deus para sempre”.
(Fonte de pesquisa: almasdopurgatorio.com)



“O mundo pode ficar sem sol, mas jamais sem a Santa Missa
(São Padre Pio)

Reza pelas almas do purgatorio


Muitas pessoas têm medo das almas do purgatório por falta de conhecimento, e até fazer associações com fantasmas ou coisas do gênero.

Essas pessoas não sabem, no entanto, que é possível alcançar graças por intercessão das almas do Purgatório. E que Deus concede às vezes mais graças por intercessão delas do que por intercessão dos Santos.

O que é o Purgatório – História

Em Roma, às margens do rio Tibre, ergue-se a igreja do Sagrado Coração do Sufrágio.

Foi nesse local que, em 1893, o Padre Joet erigiu um primeiro oratório como sede da Associação do Sagrado Coração de Jesus pelo Sufrágio das Santas Almas, que, chamadas desta vida, antes de entrarem na bem-aventurança eterna, purificam-se no Purgatório.

No século XIX, rezava-se incomparavelmente mais pelas almas do Purgatório, e a associação progrediu. Em 1897, quatro anos depois de fundada, sobre o altar da capelinha anterior à atual igreja, durante um ofício religioso, irrompeu um incêndio.

Para muitos fiéis ali presentes, pareceu surgir, dentre as chamas, junto da parede à esquerda do altar, uma figura na qual reconheceram um rosto padecendo.

O fato despertou a admiração de todos. Muito se falou sobre o acontecimento. Inúmeras pessoas convenceram-se de que uma alma do Purgatório tinha realmente aparecido entre as chamas.

A imagem vislumbrada durante o incêndio ficou retratada na parede com muita nitidez, e constitui, hoje, uma das peças mais tocantes que se pode ver no Mostruário-Museu da atual Igreja.

Essa manifestação atraiu a atenção de toda a Europa. Soube-se, então, que sinais da mesma natureza haviam aparecido em outros países. E fiéis de quase toda Europa começaram a afluir à Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio.

Entre muitos prodígios ali expostos, encontra-se a marca de fogo que deixou o defunto Joseph Schutz, tocando, com a extremidade dos cinco dedos da mão direita, o livro de orações de seu irmão Georg, em 21 de dezembro de 1838, numa cidade da Lorena.

Outras marcas de fogo foram deixadas em uma mesma de trabalho, no tecido da manga da túnica e na camisa da Venerável Madre Isabella Fornari, Abadessa das Clarissas de Todi.

Uma das marcas foi deixada com o sinal da cruz, a mesa, uma segunda em uma folha de papel, uma terceira na manga da túnica, que, ultrapassando o tecido, deixou também vestígios na vestimenta interna da freira. Esta última marca apresenta manchas de sangue.

Madre Fornari, em virtude das circunstâncias que rodearam o fato, não teve dúvidas em atribuir os sinais e manifestações da alma do Padre Panzini, Abade olivetano de Mântua.

Esse fato extraordinário ocorreu em 1º de novembro de 1731.

Com objetos e manifestações que como esses, recolhidos cuidadosamente em toda Europa, nasceu esse Mostruário-Museu. Neles se encontram, também, documentos originais ou fotográficos de manifestações de vários gêneros.

São Pio X ajudou e abençoou a tal obra, contribuindo assim para combater o neopaganismo, que eclodia virulento em seu tempo. Existe também muita matéria escrita sobre o Purgatório. Uma delas é o “Manuscrito do Purgatório”.

Mestres da Igreja examinaram esse manuscrito, e não hesitaram em declarar que nada têm contra os ensinamentos da fé, e está de perfeito acordo com os princípios da vida espiritual, podendo edificar muito às almas.

Esse manuscrito foi redigido durante os anos de 1874 a 1890 trata-se das comunicações da alma de uma freira que estava no Purgatório, a outra freira que ainda estava viva.

Abaixo, alguns impressionantes trechos dessas comunicações constantes numa tradução do Manuscrito do Purgatório, 2ª edição, publicado pelas Edições Paulinas com o imprimatur da autoridade eclesiástica.

“Ai! Ninguém pode imaginar o que é o Purgatório. É preciso ser muito bom e ter compaixão das almas!” “A visita de Maria nos anima, e depois esta boa mãe nos fala do Céu. Enquanto A vemos, nossos sofrimentos parecem diminuídos” “Quando se perdem os parentes e amigos, fazem algumas orações, choram durante alguns dias. Depois... tudo se acaba! As almas ficam abandonadas” “Deus concede muitas vezes mais graças por intermédio das almas do Purgatório, do que pela intercessão dos próprios Santos” “Sabemos que a Igreja está sendo perseguida, e rezamos pelo seu triunfo”

“No Purgatório, as almas não ficam só ocupadas com seus sofrimentos. Elas rezam pelos grandes interesses de Deus, pelas pessoas que abreviam seus sofrimentos”

Quando Deus cria uma alma, da parte de Deus ela sai pura, isenta de toda mancha de pecado. Mas quando a alma peca, perde a pureza primitiva.

É verdade que, se ela se arrepende e se confessa, recupera a graça, mas, para voltar à sua inocência primitiva, tem necessidade de operações de Deus.

É no Purgatório que Deus faz essas operações, se a alma não se purificou inteiramente durante a vida. O Purgatório existe, verdadeiramente.

As comunicações dessas almas comprovam que devemos rezar para viver de forma a não merecermos o Purgatório. É importante, também, rezarmos pelas almas que lá estão.

Nossa oração, nossos sacrifícios, podem encurtar e diminuir seus sofrimentos. E depois, elas rezarão por nós e vão pedir por nossa salvação quando estiverem na glória celeste.

Nós, que vivemos neste século XXI, somos tendentes a voltarmo-nos mais para o que é concreto. Mas o sobrenatural existe e, queiram ou não os ateus, o sobrenatural se manifesta.

A doutrina católica nos ensina que as almas do Purgatório são almas que estão em estado de graça, e estão sofrendo à espera de ficarem inteiramente purificadas para ir ao Céu.

Padecem terríveis sofrimentos, mas, ao mesmo tempo, cantam louvores às bondades de Deus, que as livrou do inferno.

São confortadas, como vimos, pela visita de Nossa Senhora. E, tal como os santos, podem se manifestar para fazer o bem aos homens que, na terra, militam na Santa Igreja.

Rezemos com freqüência às almas do Purgatório, e peçamos a Deus que abrevie seus sofrimentos.

Origem histórica da Correia ou Cinta da Ssma. Virgem Maria



Bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de Misericórdia e Deus de toda consolação, o qual nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer angústia...” (II Cor. 1, 3 – 5)

Devemos procurar a consolação junto a Deus e junto a Maria, pois ela é a mãe dos aflitos. E Jesus lembra que: “Bem-aventurados são aqueles que choram porque serão consolados” (Mt. 5, 5).

Nossa mãe sabe consolar, como ninguém, nossas aflições, pois a sabedoria divina está em seus lábios: “Os teus lábios são como o favo de que destila mel” (Cant. 4, 11). Com que doçura destilam dos lábios de Maria suas expressões de consolo.
Esta devoção mariana vem dos tempos dos santos apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira mãe e mestra, consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.

Origem histórica da Correia ou Cinta da Ssma. Virgem Maria



Era de costume, na Judéia, as mulheres andarem cingidas, na cintura, com uma correia, desde pequenas, como símbolo de pureza.
A Virgem Maria também usou, como toda judía, durante toda a sua vida, uma correia, sendo com a mesma sepultada. Uma tradição muito antiga narra que por ocasião de sua morte, achavam-se, por inspiração divina, reunidos junto dela, os apóstolos, exceto São Tomé, que estava muito longe, e chegara três dias depois. Estando já sepultada a Ssm. Virgem, ele ficou tristíssimo e com grande desejo de vê-la pela ultima vez.
Os apóstolos tinham tanto amor e veneração por Maria, que carinhosamente a chamavam de mãe. E era com coração de filhos que eles, após três dias, ainda velavam o sepulcro fechado; para consolar Tomé, removeram a pedra que o fechava, porém, com espanto geral, viram que o corpo puríssimo de Nossa Senhora lá não estava, encontrando-se apenas as suas vestes e a correia, no meio de rosas, que exalavam um suave aroma.
A virgem Maria foi levada aos céus pelos anjos da corte celeste.
O apóstolo Tomé, tomou nas mãos a correia, e, cheio de consolação, venerou a preciosa relíquia, colocando-a no sepulcro novamente. Como lembrança daquele acontecimento, Tomé passou a usar uma correia semelhante à de Nossa Senhora.
Passados muitos anos, Juvenal, patriarca de Jesuralém, encontrou o sepulcro onde esteve, por três dias o corpo virginal de Maria, e lá estava a bendita correia. A Imperatriz Santa Pulquéria a fez transportar para Constantinopla e colocá-la numa magnífica igreja, construída para este fim. E assim difundiu-se a devoção da Santa Correia.
Este culto piedoso era muito querido do povo, pois São Germano, que era Patriarca de Constantinopla pelos anos 720, escreveu: “Não é possível ver vossa venerável correia, ó Sssm. Virgem, sem sentir-se cheio de alegria e penetrado de devoção”.
O monge Eutino, que viveu pelos anos 1098, pregando sobre ela, dizia: “Nós veneramos a Santa Correia, vemos conservar-se inteira depois de 900 anos: Cremos realmente que a Rainha do Céu cingiu-se com ela”.


Santa Mônica e a Sagrada Correia ou Cinta

Uma piedosa tradição, antecedente ao achado da Santa Correia pelo Patriarca de Constantinopla, refere o seguinte: Achando-se Santa Mônica desoladíssima com a morte de seu marido e com a vida desregrada de seu filho Agostinho, pedia com insistência a Virgem Maria que lhe mostrasse como devia vestir-se para imitá-la no tempo que passou sobre a terra, após a ascensão de Jesus ao céu.
Nossa Senhora apareceu-lhe vestida de preto e cingida por uma correia de couro e disse-lhe: “Filha, seja este o teu vestido... e recebe esta correia sagrada que cingiu este corpo que deu a luz o Salvador”. E acrescentou: “Doravante cinge-te com ela e propaga esta devoção de minha santa correia, pois eu te prometo especial proteção a todos que forem cingidos e venerarem piedosamente a Sagrada Correia”.
Em tudo Santa Mônica obedeceu a Nossa Senhora e ainda conseguiu que sua filha e netas usassem os trajes penitenciais com a correia; logo em seguida teve a graça de testemunhar a conversão de seu filho. Agostinho aceitou ser batizado, e desde esse dia usou a correia, legando à sua ordem este distintivo em honra da Rainha do Céu!
Com o crescimento da Ordem Agostiniana no mundo, espalhou-se a devoção da Sagrada Correia; porém, foi somente em 1256 que o Papa Alexandre IV reconheceu-a canonicamente e em 1575 que o Papa Gregório XIII definiu a confraria com o título: “Cinturados de Nossa Senhora da Consolação de Sto. Agostinho e Santa Mônica”, como é conhecida até hoje.
Temos aqui a manifestação do amor de Deus, um amor sem medidas, um amor que é consolo para os aflitos, refugio para os pecadores e poderoso auxílio para todos os cristãos. Maria Ssma. é sem dúvida a maior e a mais bela das manifestações criadas pelo amor de Deus!
“Deus juntou todas as águas do oceano e chamou de mar! Da mesma forma juntou todas as perfeições e maravilhas da graça e a chamou de Maria”.

Oremos:

Doce Mãe da Consolação
Tu que és a ouvinte da palavra,
A perfeita disciplina,
A serva dos pobres de Javé.
Tu que trazes em teus braços Jesus
A verdadeira consolação.
A ti consagramas as nossas vidas
nossas famílias, nossas crianças e jovens
e o mundo inteiro.
Abençoa-nos, Mãe da Consolação,
Amém.
Paz e Bem!
Márcio Antônio Reiser O.F.S

Santa Brígida


UMA ALMA ESCOLHIDA



Nascimento e Infância

Brígida nasceu em 1302 no Castelo de Finsta em Norrtälje, na Província de Uppsala, na Suécia. Seu pai, BirgerPersson, era Governador e Juiz Provincial de Uppland, e sua mãe era a senhora Ingeborg Bengtsdotter, descendente da família real sueca, pois pertencia a raça dos reis godos. O pai de sua mãe, seu avô materno, era primo de Magnus Ladulás, Rei da Suécia, de modo que Brígida tinha parentesco com a família real. Seus pais eram cristãos fervorosos e a piedade de sua mãe era conhecida e louvada pelos parentes e amigos. Seu pai se confessava todas sextas-feiras na Igreja para alcançar o perdão de seus pecados, e dizia humildemente assim:"Às sextas-feiras, eu quero me preparar muito bem para DEUS, a fim de que nos outros dias eu possa estar pronto para suportar e receber dignamente tudo que o SENHOR permitir para mim".

Brígida Bengtsdotter até a idade dos 3 anos não dizia qualquer palavra, os pais e parentes chegaram a imaginar que ela fosse muda. Todavia, sem qualquer intervenção, completada a idade de 3 anos, ela começou a falar normalmente e com pleno desembaraço. Com a idade de sete anos, teve uma visão de NOSSA SENHORA que lhe sorriu e colocou a sua preciosa coroa na cabeça dela, e depois desapareceu. Aos dez anos de idade, depois de ouvir um sermão na Igreja local, quando o Padre falou sobre a Paixão e Morte de NOSSO SENHOR, ficou muito impressionada com as crueldades e os terríveis sofrimentos de JESUS. Dias após teve uma Visão de CRISTO pregado a Cruz, coberto de chagas, e o SENHOR lhe disse estas palavras: “Olha em que estado ME encontro, minha filha” . Ela perguntou: “JESUS quem TE fez isto”? NOSSO SENHOR respondeu: “Aqueles que ME ofendem e não querem o MEU Amor”. Essa Visão deixou uma profunda e indelével marca em seu coração, e desde então, decidiu colocar a Paixão de CRISTO como o centro de sua vida espiritual.

Ficou órfã de mãe quando tinha apenas 10 anos de idade. A senhora Ingeborg foi colhida por um mal que ocasionou o seu falecimento em 1315. Seu pai, se considerando incapaz de prover uma educação compatível para uma menina de sua condição social, a enviou à casa da cunhada Catarina Bengtsdotter, em Aspanäs, próximo ao lago Sommen, em Östergötland.

Casamento e a Família

Como era costume naquela época, antes de completar os quatorze anos de idade, seu pai e os parentes arranjaram o casamento dela com Ulf Ulväsa Gudmarsson, Príncipe de Närke (Nércia), contra a sua vontade pessoal, porque ainda não tinha incluído o matrimônio em seus planos. Mas realizada a cerimônia, viveu feliz com seu esposo durante vinte e oito anos, e com quem teve oito filhos, sendo quatro homens e quatro mulheres. Dois meninos morreram muito jovens, sendo um deles, o mais moço chamado Gudmaro, a quem ela cuidava com muita atenção; Carlos (Karl) era o mais velho, e era mundano, gostava de muitas festas e não frequentava a Igreja, contudo respeitava NOSSA SENHORA; Bingério (Birger), o quarto homem, apesar de estar casado, mais tarde tornou-se companheiro de sua mãe e inclusive a transportou de Roma para a Suécia, quando ela faleceu. Três das meninas eram casadas, Merita e Cecília permaneceram na sociedade sueca, enquanto Catarina perdendo o marido, passou a viver com sua mãe. Esta moça com o passar dos anos, revelou virtudes excepcionais e notável caráter, desabrochando um imenso amor a DEUS, se dedicando a oração e ao serviço dos pobres e necessitados, santificando sua existência de uma maneira tão admirável, que assumiu na continuidade a obra de sua mãe. Ela foi canonizada e é venerada com o nome de Santa Catarina da Suécia. A quarta menina, Ingeborg, tornou-se freira na Ordem de Cister.

A Santa teve dificuldades com sua família, sua filha mais velha se casou com um homem sem escrúpulos, a quem ela mesma considerava um verdadeiro “Bandoleiro”, porque além de espertalhão e golpista, era extremamente volúvel, egoísta e orgulhoso.

Brígida era uma mulher de oração, não deixava passar uma oportunidade para rezar e permanecer num fervoroso contato com DEUS. Quando o marido estava ausente, porque era membro do Conselho do Rei da Suécia e constantemente viajava, ela passava a noite em vigília de oração, rezando fervorosamente e praticando severas disciplinas, como maneira de consolar o SENHOR por causa dos pecados do mundo. Ela sempre rezava pela conversão dos pecadores e para as almas que estavam no Purgatório, principalmente aquelas mais esquecidas e mais necessitadas.

Peregrinações e Falecimento do Esposo

A devoção de Brígida era tão profunda e consciente que influenciou muito o seu marido. E assim, estimulados pelo interesse em conhecer acontecimentos importantes ligados a religião, como maneira de agradar a DEUS, fizeram diversas viagens. Entre outras, o casal realizou peregrinações a Nídaros (atual Trondheim) no Reino Unido e a Santiago de Compostela na Espanha. Depois de terem visitado todos os lugares de interesse na Espanha, a caminho de volta para a Suécia, na cidade francesa de Arras, perto de Flandres, seu marido Ulf adoeceu com risco de morte. Ela rezou muito e pediu a proteção do SENHOR. Teve que permanecer um longo tempo nesta cidade, porque a enfermidade foi cruel e o enfraqueceu bastante. Durante suas perseverantes orações, o santo francês São Dionísio lhe apareceu e lhe confidenciou que seu marido não morreria nessa ocasião. Na verdade, nos dias seguintes, ele começou apresentar melhoras e recobrou a saúde, e por isso, ambos se comprometeram de comum acordo, se consagrarem a DEUS na vida religiosa.

De volta a Suécia, Brígida e o marido se estabeleceram numa pequena casa próxima ao Mosteiro Cisterciense de Alvastra. Ulf com a saúde recuperada, pode continuar o trabalho na Província de Närke até o início do ano 1344, quando novamente acometido de terrível moléstia ficou muito doente e Brígida o levou para o Mosteiro a fim de ter a ajuda dos monges, mas ele não resistiu e veio a falecer. E assim, eles não tiveram tempo de colocar em prática o propósito que os dois, marido e esposa, tinham feito de dedicarem as suas vidas a DEUS. Ela permaneceu morando ali, naquela casa perto do Mosteiro, onde passou longas horas em orações, suplicando ao SENHOR pela cura de seu esposo. Naquela mesma casa, ainda permaneceu durante quatro anos, essencialmente dedicada à penitência e à oração.

Visões e Revelações Divinas

A Santa teve visões e revelações notáveis, que eram ensinamentos do SENHOR e também instruções que se referiam aos assuntos mais polêmicos de sua época, que sem dúvida, muitos estudiosos reconhecem que foram em consequência dessas visões, que a Monarquia Sueca obteve alguns importantes acordos de paz e estabeleceu relações políticas com diversos países, dentre outros acontecimentos.

Era amiga e conselheira de vários padres e teólogos da época, inclusive, foi também secretaria e dama de honra da Rainha da Suécia, Blanche de Namur, e em 1335, como pessoa de confiança do reino guiou e aconselhou a Rainha e o Rei Magnus II (Magnus Ladulás) nas dificuldades e problemas que ocorreram na corte.

Após a morte de seu esposo Ulf, repartiu os seus bens entre os herdeiros e os pobres, passando a viver de maneira simples nas imediações do convento de Alvastra. Nessa época, suas visões se tornaram mais numerosas e frequentes, constituindo-se na grande parte dos fatos que Brígida escreveu em suas Revelações, até a sua partida para Roma. E foi justamente durante as Visões que ela recebeu a missão de levar mensagens aos políticos e líderes religiosos, tendo nesta oportunidade, dialogado com santos e pessoas falecidas, que lhe esclareceram a natureza e o conteúdo de muitas dificuldades.

A partir do ano 1345, as revelações divinas não eram feitas mais através de sonhos, mas sim quando ela estava desperta e em oração, com o domínio completo da razão, e muitas vezes ela ficava em êxtase, recebendo as visões ou uma iluminação Divina em seu intelecto, pois via e ouvia as coisas espirituais e as sentia no seu espírito. Muitas vezes, na verdade, o movimento em seu coração era tão veemente e intenso, que até podia ser presenciado e sentido exteriormente, pelo aspecto de suas feições e de suas manifestações.

JESUS lhe disse certa vez:“Brígida, TE falo não somente a ti, mas também a todos os cristãos. Tu serás Minha esposa... E por meio de ti falarei ao mundo. Meu ESPÍRITO permanecerá em ti até a sua morte”.

Neste período, decidiu dar um rumo religioso a sua existência, apesar da constante oposição da corte que utilizava os seus serviços. E também porque ela era a primeira na fila à sucessão real, indicada a tornar-se Princesa. Mas com habilidade e inspiração Divina, conseguiu se livrar daquele compromisso e se dedicou exclusivamente a realizar a Vontade do SENHOR.

Desde então abandonou as suas vestimentas luxuosas, usando apenas uma túnica de linho e véu na cabeça, com uma corda na cintura. As visões se tornaram tão frequentes que a Santa foi até envolvida momentaneamente por uma dúvida, chegando a questionar se realmente se tratava de visões provenientes da graça de DEUS. Por obediência a JESUS, que lhe apareceu por três vezes, aceitou ser colocada sob a direção do Mestre Matias, que foi o seu primeiro confessor. Ele era um canônico sábio, respeitado teólogo e muito experimentado nas coisas da época. Todavia, no inicio das grandes revelações, ela foi aconselhada pelo próprio Matias a permanecer no Mosteiro dos monges de Cister, Mosteiro de Santa Maria, na Diocese de Linköping. Embora fosse uma entidade religiosa para monges, pelos desígnios de DEUS, ela foi recebida e alojada numa área, para a maior honra e glória do SENHOR.

Santa Brígida estava rezando, quando lhe apareceu JESUS e lhe disse: “De minha parte a envio ao Padre Pedro Skninge, prior do Mosteiro de Santa Maria. EU sou como o Senhor cujos filhos estavam mantidos em cativeiro, o qual enviou seus mensageiros para libertar os seus filhos e advertir os demais a fim de que não caíssem nas mãos dos inimigos, a quem julgavam serem amigos. Do mesmo modo EU, DEUS, tenho muitos filhos, isto é, muitos cristãos, os quais estão submissos por pesadíssimos laços ao demônio. Assim pois, por Meu Amor lhes envio as Minhas Palavras que falo por meio de uma mulher (Santa Brígida). Ouve-as, Padre Pedro, e escreve em língua latina o texto que é de minha parte, e por cada letra dar-te-ei não ouro ou prata, senão um tesouro que não envelhece”.

De imediato Santa Brígida descreveu a revelação ao Padre Pedro. Mas ele não acreditou, e querendo deliberar a cerca do assunto, ficou à tarde na Igreja lutando consigo mesmo, com os seus pensamentos, e acabou por decidir não aceitar o cargo e nem escrever as revelações Divinas, julgando-se indigno para fazê-lo, e também duvidando das palavras de Brígida, se seriam verdadeiras ou ilusões produzidas pelo demônio. A resposta Divina não se fez esperar: ele recebeu tal golpe que caiu ao chão e ficou como morto, privado de seus sentidos e das forças do corpo, apenas ouvia e conservava o seu entendimento, estava lúcido.

Os monges o encontrando ali estendido no solo o levaram para a sua cela e o colocaram na cama, onde permaneceuquase morto durante longas horas da noite. Tocado pela providência Divina raciocinou: “Quem sabe, estou padecendo isto porque não quis obedecer à revelação que a senhora Brígida me comunicou, da parte de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Arrependido, rezou em seu coração: SENHOR meu DEUS, se é por isto que me aconteceu este problema, perdoa-me, porque reconheço que errei e estou disposto a LHE obedecer, escrevendo todas as palavras, que ditadas pelo SENHOR, essa mulher irá me transmitir”. Naquele mesmo instante ficou curado, comprovando a verdadeira Vontade Divina. Ele foi correndo encontrar-se com a senhora Brígida e se ofereceu para escrever todas as revelações, conforme ela lhe havia dito, por recomendação de JESUS.

Posteriormente o Prior também disse ter ouvido de Santa Brígida, que em outra revelação, JESUS lhe havia dito o seguinte: “EU o golpeei porque ele não queria obedecer, e depois EU o curei, porque sou Médico e sarei Tobias e o Rei de Israel. Diga-lhe, pois: Anda e realize a obra dos escritos de minhas palavras, e escreve que te darei por ajuda um mestre em Minha Lei; e tens de saber com certeza, que quero fazer esta obra por meio de Minhas palavras que tu escreverás pela boca desta mulher. O texto humilhará a poderosos e emudecerá os sábios. E não penses e nem imagine, que as palavras que esta mulher lhe transmitirá procedam do espírito maligno. Não, são as Minhas próprias palavras, porque o que lhe direi será provado com obras”.

Em seguida, o Prior começou a escrever e traduzir todas as revelações e visões Divinas que Santa Brígida tinha, conforme ela lhe dizia. E dessa forma, continuou a acompanhá-la e dar-lhe assistência por ordem de JESUS, sendo o seu confessor, escrevendo as revelações por um espaço de trinta anos até o falecimento da Santa.

Durante o trabalho de escrever os textos e traduzi-los para o latim, Padre Pedro que padecia desde a sua infância, de dores muito fortes na cabeça, rogou a santa Brígida, que na ocasião se achava hospedada no Mosteiro de Alvastro, que suplicasse a DEUS por ele. A Santa em oração, pediu a JESUS que lhe apareceu e disse: “Vai e diga a Frei Pedro, que ele já está livre da dor de cabeça. Escreva, pois, decididamente os livros de Minhas palavras que lhe são encaminhadas, para que sejam divulgadas para o mundo”. E desde aquele dia até trinta anos depois, ele não voltou a sentir nenhuma dor de cabeça, foi integralmente curado pelo SENHOR.

Posteriormente por orientação Divina recebida por Santa Brígida, o Prior fez um exorcismo numa mulher endemoninhada de Timor Gothland, usando exatamente as palavras que CRISTO instruiu. Estavam presentes duas testemunhas que viram a mulher ficar totalmente livre da posse de satanás e seguir a sua vida com normalidade.

Nesta época o SENHOR ordenou a Santa que fosse ao Rei Magnus e lhe comunicasse que deveria se corrigir com um comportamento mais digno e compatível com o posto de Rei que ocupava, pois sua conduta estava sob o juízo Divino. Magnus aceitou a crítica e se converteu. Mais tarde deu pleno apoio ao Mosteiro fundado pela Santa em Vadstena.

Brígida exerceu uma notável atividade de escritora, visionária e mística, descrevendo minuciosamente as suas revelações e as visões Divinas, com uma escrita objetiva e clara, que se tornaram muito populares na Idade Média. Mais tarde, estando em Roma, seguindo a orientação do SENHOR, à medida que recebia os avisos, pela grandeza de seu conteúdo esclarecedor e pacificador, os encaminhava ao conhecimento do Papa Urbano V, que colocava o assunto em execução.

Através de suas perseverantes e fervorosas orações, foi em vida, intercessora junto a DEUS, conseguindo uma quantidade impressionante de milagres e orientações do SENHOR, em benefício de muitas pessoas, até do Papa e do Rei da Suécia.

Também, pela intervenção da VIRGEM MARIA que lhe apareceu junto com JESUS, a Santa converteu uma prostituta, que se afastou definitivamente da perdição e se isolou numa existência dedicada a penitência e a caridade, pagando a Justiça Divina o tributo por todos os seus pecados.

Durante as suas orações, a noiva de CRISTO foi diversas vezes tentada, mesmo com pensamentos impuros. A bem-aventurada VIRGEM MARIA lhe apareceu e disse: "O diabo é como um espião invejoso, buscando denunciar e impedir tudo que é bom. Portanto, procure orar e reagir mentalmente, enquanto está sendo tentada, porque o seu desejo e seu esforço contarão para você como uma oração, e se não consegue expulsar de sua mente os assuntos sórdidos, o seu esforço para neutralizá-los contarão como mérito, desde que você não concorda com eles e que os maus pensamentos são contra a sua vontade".

Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vez falou a Brígida: "Vá a Roma, onde as ruas são pavimentadas com ouro e o sangue vermelho dos Santos e onde existe um compêndio - ou seja, um caminho mais curto - para o Céu, por causa das indulgências que os Santos Pontífices têm merecido por suas orações. Além disso, você deverá permanecer em Roma, até encontrar o Sumo Pontífice e o Imperador, e para eles deverá anunciar as minhas palavras".

Por revelação divina, fundou em Vadstena um Mosteiro e, anos mais adiante, fundou a ORDEM DO SANTÍSSIMO SALVADOR. Seu ministério apostólico compreendeu uma austera maneira de viver, cultivando sua fervorosa devoção a DEUS e a NOSSA SENHORA, tendo realizado diversas peregrinações aos Santuários e Lugares Sagrados em diversos países, como manifestação amorosa ao CRIADOR. Sua severidade consigo mesma e sua bondade com o próximo, inclusive entregando-se a uma preocupação cuidadosa com os pobres e doentes, revelaram a grandeza de sua caridade cristã.

Do mesmo modo que muitos Bem-aventurados, ela praticou e exercitou com frequência severas disciplinas, como forma de penitência para consolo e desagravo do SENHOR, em face dos pecados da humanidade. Até para dormir, ela que possuía uma cama confortável com um colchão bem macio, deixava-os de lado, estendia uma colcha no chão e deitava com a cabeça num modesto travesseiro, sem qualquer coberta, mesmo naquele frio intenso do inverno sueco. Quando os filhos ou parentes comentavam o fato, ela dizia que o calor de seu coração apaixonado por DEUS, aquecia todos os seus membros e ela não sentia frio em seu corpo.

Um dos aspectos mais conhecidos da vida de Santa Brígida são as muitas visões com que o SENHOR JESUS lhe favoreceu, especialmente as que se referem aos sofrimentos de Sua Paixão e a certos acontecimentos de sua época. Ela tinha grande desejo de saber quantas marcas de açoites e ferimentos ficaram no Corpo de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO na Sua abominável e cruel Paixão. Um dia JESUS lhe apareceu e disse: “Recebi em Meu Corpo, cinco mil, quatrocentos e oitenta ferimentos. Se queres honrá-los em verdade, reze 15 PAI NOSSO e 15 AVE MARIA diariamente, durante um ano. Ao terminar, tereis venerado cada uma das Minhas Chagas”.

Dons e Virtudes Especiais


Dons e Virtudes Especiais

Muitas vezes aconteceu que a Brígida foi revelada os pensamentos mais secretos e as dúvidas mais ocultas daqueles que se aproximavam dela, para conversar ou buscar soluções aos seus problemas, e até mesmo, de pessoas ausentes e distantes. Eram particularidades que as pessoas jamais colocariam de público por palavras ou por escrito ou sinais, por constrangimento, receio ou timidez. Há muitas testemunhas destas ocorrências: Nicholas de Nola, reitor do Patrimônio; Senhor Gómez de Albornoz, reitor do Ducado de Spoleto, senhor Fondi, e muitos outros, tanto religiosos como seculares, a quem ela disse ou escreveu as coisas mais íntimas que estavam guardadas em seus corações. A graça de DEUS atuava na Santa, de tal modo, que com simplicidade ela oferecia o melhor esclarecimento a pessoa para solucionar uma dificuldade.

Outras vezes, pessoas pediam as orações em benefício das almas de parentes e amigos falecidos. E alguns queriam saber se os familiares estavam no Purgatório, ou onde estavam.

Ela recebia por escrito os nomes dos que partiram, e com a maior caridade e compaixão, orava a DEUS por eles. E então, em oração, obtinha a resposta Divina, informando onde aquelas almas estavam: se no Purgatório, no inferno ou no Céu. A Ela também foi dado conhecer, de forma clara e distinta, os modos de rezar e de intercessão, assim como a maneira de ofertar esmolas, através das quais as almas poderiam ser auxiliadas e libertadas.

Boa prova disso foram experimentadas por aquelas pessoas mencionadas acima, que devotamente lhe perguntaram sobre as almas de seus parentes, e, tiveram as respostas por escrito. Na verdade, quando ela mesma, ou qualquer pessoa em casa, estivesse ansiosa ou em dúvida sobre qualquer coisa, suplicava o auxílio Divino, e sem grande demora, através de CRISTO, ou de NOSSA SENHORA, vinha uma resposta precisa e clara, explicando o que desejavam ou o que deveriam fazer.

Um dia, Brígida inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, foi visitar um homem possesso do diabo. O cavalo em que estava acostumada a montar, que era um animal manso e tranquilo, de repente empinou, levantando as patas dianteiras do chão, podendo ser vistas as ferraduras nos cascos do animal. Como resultado, ela quase caiu ao solo. Em consequência, ficou com uma desagradável dor nas costas por longo tempo, e o fato em si a fez entender que o diabo queria interferir na conversão daquele pecador. Na verdade o homem que estava sendo visitado era um homem nobre, pelos padrões do mundo, e com grande poder econômico. O demônio para atrapalhar deixou o espírito dele raivoso e contrariado, especialmente na presença dela, quando se mostrou mais perturbado do que o habitual.

Com petulância aquele homem falou coisas horríveis contra DEUS, dizendo: "Ó, como são diferentes: o espírito que está em vós e o espírito que está em mim! Por causa da minha descrença e méritos ocultos, fui colocado nas mãos de um arrecadador cruel". Ela lhe respondeu: "Eu prometo que você será curado rapidamente, mas eu lhe pergunto: porque você fala abominações contra DEUS"? E o demônio que estava nele antecipou e disse: "Eu falo mesmo." Quando disse essa palavra, começou a falar, mais amargamente contra DEUS e a blasfemar, dizendo: "Aquele que criou o céu e a terra, eu adoro, sobre o seu novo CRISTO DEUS, eu não aceito!" A noiva de CRISTO rebateu rapidamente: "Fique em silêncio, miserável diabo, na sua blasfêmia contra DEUS. Mesmo estando a castigar esta criatura, você não será dono dela eternamente, porque o SENHOR não permitirá. Em nome de CRISTO, desapareça". Então, o homem ficou como se estivesse dormindo, e o demônio desapareceu. Depois de vários dias, ele estava perfeitamente curado.

Ao longo de sua existência a Santa recebeu do ESPÍRITO DE DEUS um sinal característico: todas as vezes que era abordada por pessoas com o espírito diabólico ou que eram avessas ao cultivo da bondade e da caridade, ela sentia um cheiro de enxofre tão forte, que lhe colocava um gosto amargo na boca e que mal podia suportar. Numa ocasião, uma pessoa que procurava amizade com o Rei da Suécia aproximou-se dela para conversar: "O que a senhora disse sobre um determinado espírito? Era seu, de alguém ou de um demônio?" Ele perguntava sobre espíritos que se apossavam das pessoas, no assunto que abordavam.

Ela que mal tinha forças para suportar o mau cheiro que exalava dele, respondeu: "Você tem um morador fétido, e também outras coisas fétidas saem da sua boca. Arrependei-vos, portanto, para que não caia sobre vós a vingança de DEUS!" O homem foi embora com muita raiva. Mas, quando se deitou para dormir, ouviu vozes dizendo-lhe: "Deixem-nos arrastar o sujeito sujo para os porcos, porque ele tem desprezado os avisos de salvação" . Voltando a si, refletiu sobre os fatos e compreendeu que o recado era para ele. Decidiu corrigir a sua vida, e logo desapareceu aquele terrível odor que era percebido por Brígida, e que então, o acolheu fraternalmente dizendo-lhe que o seu espírito havia encontrando o caminho do SENHOR.

Brígida também tinha outra característica especial: nos vinte e oito anos de sua existência dedicados essencialmente ao apostolado Divino, a partir do momento em que recebeu o ESPÍRITO DE DEUS, nunca mais fez qualquer viagem a outras cidades, nem se detinha em qualquer lugar, a não ser com a inspiração e a instrução do ESPÍRITO SANTO.

Viagem a Roma

Ela viajou a Roma no ano de 1349 com o propósito de tomar parte na celebração do jubileu de 1350, e também, para obter a aprovação do Papa na Ordem Religiosa que havia fundado. Entretanto, na ocasião o Papa estava residindo em Avignon, na França, por motivo do Cisma do Ocidente, e, além disso, a Igreja havia proibido o estabelecimento de mais Ordens Religiosas. A ausência do Papa desanimou Brígida, que havia tido uma visão na qual encontraria o Papa e o Imperador quando chegasse a Roma.

Na capital italiana, residiu primeiramente próximo a Basílica de São Lourenço. Foi testemunha do decaimento espiritual da cidade após a partida do Papa. Durante sua estadia na cidade, escreveu cartas ao Sumo Pontífice, onde lhe suplicava que regressasse a Roma. Ela se dedicou especialmente a visitar as Igrejas que continham tumbas de Santos, a fim de alcançar graças para a conversão dos pecadores. Na Igreja de São Lourenço de Panisperna, na colina de Viminale, pediu aos transeuntes esmolas para os necessitados. Em seguida, piedosamente visitou as regiões mais pobres da cidade e prestou auxílio aos pobres com carinho e muito amor. Também, estando em Roma, aproveitou para viajar em peregrinação ao Santuário de Assis, à Nápoles e ao sul da Itália.

As profecias e revelações de Santa Brígida se referiam a questões de diversas naturezas, inclusive relativamente à administração eclesiástica. Previu por exemplo, que o Papa e o Imperador se reuniriam amistosamente em Roma. O fato logo ocorreu no ano 1368, no dia 21 de Outubro, quando o Papa Urbano V e Carlos IV se encontraram. Mas teve também visões e profecias que denunciavam a má conduta do Papa, as quais ela fazia questão de transmiti-las, e isto lhe causou inúmeras perseguições. Em uma ocasião chamou o Sumo Pontífice de “assassino de almas, mais injusto que Pilatos e mais cruel que Judas”. Brígida foi expulsa de sua casa e teve que ir com sua filha pedir esmolas no Convento das Clarissa.

Mas nesta outra ocasião, estando em Roma, aguardava ansiosamente o Pontífice, para poder lhe entregar as Regras de sua ordem. O Papa Urbano V recebendo toda a documentação prometeu examiná-las no menor tempo possível. As Regras foram aceitas, mas os Bispos encarregados de estudá-las exigiram várias revisões e muitas mudanças no texto, com as quais Brígida não concordou, porque aquelas normas que estavam estabelecidas nas Regras, tinham sido ditadas por JESUS. E por outro lado, o Papa tomou a decisão de deixar novamente a Itália por motivos de segurança, situação com a qual Brígida também não estava de acordo. Ela profetizou que o Papa em face daquela decisão, receberia um forte golpe. E de fato aconteceu, dois meses após o seu regresso a Avignon, o Papa Urbano V faleceu.

A Santa e os Papas

No século XIV muitas pessoas, inclusive alguns Papas, sentiram que a Igreja tinha necessidade urgente de reforma. Se a Igreja não incorporava os ideais e valores do evangelho, a culpa foi colocada sobre os Papas, já que a eles tinha sido confiada a tarefa de vigiar e orientar os cristãos. Enquanto muitas pessoas achavam que pouco tinha sido realizado no campo da reforma, os Papas como pessoas (e não a instituição, a Igreja) rapidamente se tornaram objeto de todas as críticas. O próprio fato de que os Papas, que são denominados Bispos de Roma, estavam residindo em Avignon, na França, em face do Cisma, era uma afronta, e muitos cristãos sentiram, por isso mesmo, que o retorno do Papa a Roma era um pré-requisito insubstituível para que pudesse ser realmente estabelecida qualquer reforma. Isto porque, os Papas pelo seu cargo e poder, eram os próprios árbitros da reforma, e assim, os reformadores tinham que ter a aprovação deles, para ganhar status oficial. Assim sendo, a única alternativa que restava para aqueles que queriam realizar reformas na Igreja, para melhorar a atuação do cristianismo, era tentar influenciar os Papas e incitá-los a voltar à Roma e entrar em ação. Um desses cristãos que lutou dedicadamente para alcançar este objetivo, foi Santa Brígida da Suécia. Ela recebia as revelações Divinas, de CRISTO e da VIRGEM MARIA, que lamentavam a situação da Igreja e condenavam um número impressionante de abusos e práticas deploráveis. Em várias revelações, os Papas também foram criticados. Um exemplo está no livro I, capitulo 41. Esta revelação é uma mensagem do CRIADOR direcionada ao Papa Clemente VI (1342-1352):

“Agora declaro Meu desgosto para contigo, cabeça de Minha Igreja, tu que te sentas em Minha Cátedra. Concedi este cargo a Pedro e a seus sucessores para que se sentassem com uma tripla dignidade e autoridade: primeiro, para que pudessem ter o poder de ligar e desligar as almas do pecado; segundo, para que pudessem abrir o Céu aos penitentes; terceiro, para que fechassem o Céu aos condenados e àqueles que ME desprezam. Mas tu, que deverias estar absolvendo almas e ME as oferecendo, és realmente um assassino das Minhas almas. Designei Pedro como pastor e servo de Minhas ovelhas, mas tu as dispersas e as feres, tu és pior que Lúcifer”.

Há também outra revelação, no livro VI capítulo 63, em que CRISTO condena o Papa Clemente por seus pecados e delitos e o exorta a fazer as necessárias reparações e a tomar medidas condizentes com a moral e o direito. Esta mensagem foi recebida por Brígida em 1348, e foi transmitida ao Papa em Avignon por dois amigos da Santa, o Bispo Hemming e Frei Pedro, o Prior do Convento.

Brígida foi para Roma no ano jubilar, para nunca mais voltar a Suécia. Em suas revelações, ela pinta um quadro muito sombrio das condições que lá existiam naquela época. No livro IV capítulo 33, está uma carta que ela enviou a um destinatário desconhecido, com uma longa lista de queixas, como por exemplo: que as Igrejas estavam abandonadas e transformadas em latrinas públicas para as pessoas, e cães e animais selvagens; as pessoas não têm o menor respeito pelos dias santos e comem carne na Quaresma; a propriedade da Igreja é dada aos leigos, que não se casam porque estão no cargo de cânones, mas despudoradamente tem concubinas em suas casas durante o dia e em suas camas à noite, dizendo com audácia: "Não podemos casar, porque somos cânones".

Ao determos a julgar pelas manifestações da Santa, parece que ela coloca a culpa pela existência destas corrupções sobre o Papa Bonifácio VIII, cujo pontificado se mostrara tão desastroso a Igreja. Santa Brígida acredita que a raiz do problema está na ausência dos Papas de Roma (na mencionada revelação acima livro IV capítulo 33, ela termina dizendo que os padres estão como órfãos, sem pai, por causa da ausência do Papa). Nesta perspectiva, é natural que ela seja uma determinada defensora do retorno dos Papas a Roma, como é testemunhada por uma série de revelações.

Viagem a Terra Santa

Em 1371, com 68 anos de idade, após ter algumas visões sobrenaturais, empreendeu uma peregrinação a Terra Santa, acompanhada de sua filha Catarina e seus filhos Carlos e Bingério, e de outras pessoas conhecidas, com um itinerário passando por Nápoles e Chipre. Essa foi à última de suas viagens. A expedição começou mal, já que em Nápoles, Carlos se apaixonou pela Rainha Juana I, cuja reputação era muito duvidosa. A Rainha era casada e seu esposo vivia na Espanha, e por isso, sentindo-se livre e desimpedida, desejava se casar com Carlos. Santa Brígida não aprovou o relacionamento, e vivia atemorizada diante da possibilidade de ser realizado aquele casamento irregular, que levaria o seu filho a viver em pecado.

Intensificou as suas orações, clamando e suplicando a DEUS que não deixasse o seu filho viver no pecado. Em duas semanas Carlos contraiu uma gravíssima enfermidade acompanhada de uma abominável febre maligna, que o matou, deixando-o sem vida nos braços de sua mãe. Brígida preocupada rezou e implorou a misericórdia do SENHOR pedindo-LHE que perdoasse a alma de seu filho. JESUS a fez compreender que ELE tinha perdoado o rapaz e que ele estava no Purgatório pagando a sua dívida com a Justiça Divina.

A Santa seguiu viagem e visitou todos os Lugares Santos em Jerusalém, Belém, Nazaré, Cafarnaum e outros.

Na viagem que fez a Terra Santa, depois de visitar todos os Santuários, começou a sentir um enfraquecimento em seu corpo, consequência de uma enfermidade que a incomodou durante o ano inteiro. E, tanto no mar como estando em terra, ela pacientemente suportava a fadiga e a dor.

Sendo informada de que sua filha Ingeborg morreu, ela que era religiosa no Mosteiro de Risabergh, alegrou-se e disse: “Ó, meu SENHOR JESUS CRISTO! Amor de minha vida! Bendito seja, porque a chamaste antes que o mundo a agarrasse em seus braços”.

Quando voltou à Roma de sua viagem ao Oriente Médio, no verão de 1373, já enfrentava a enfermidade que a debilitou, e continuou atuando em seu corpo deixando-a com a saúde muito mal.

Cinco dias antes da sua morte, NOSSO SENHOR JESUS CRISTO lhe apareceu diante do altar, que existia em seus aposentos. ELE se mostrou alegre e LHE disse: "EU fiz com você o que um noivo normalmente faz, se esconde de sua noiva alguns dias, para que ELE possa ser mais ardentemente desejado. Assim EU não lhe visitei levando consolações durante esse tempo; pois era a hora do seu teste. Portanto, agora que você foi testada, e pacientemente suportou, vá em frente e prepare-se, pois agora é o momento em que, como EU lhe tinha prometido, você será vestida e consagrada como uma freira. E, doravante, você deve ser contada, não só como Minha noiva, mas também como uma freira e uma mãe em Vadstena".

Na verdade, durante a sua vida, Santa Brígida, nunca chegou a se consagrar num Mosteiro, fazendo os votos e tornando-se uma freira. Mas o SENHOR lhe propiciou esta graça, espiritualmente, nos seus últimos dias de vida.

Morte de Brígida

Antes dela morrer, JESUS mandou que entregasse os escritos a D. Alfonso Pecha de Vadaterra, ermitão espanhol, que tinha sido bispo Giennense, e deste modo, foram impressos os livros com as celestiais revelações.

Brígida faleceu no dia 23 de Julho, numa residência ao lado da atual praça Farnese. Quando ela percebeu que estava prestes a sair de seu corpo e viu os seus filhos aflitos, disse: "Por que a tristeza? O meu tempo de vida foi suficientemente longo. Devemos regozijar porque agora sou chamada para um SENHOR mais poderoso”. E, tendo chamado os seus filhos, abençoou a todos e adormeceu no SENHOR. De acordo com sua vontade, seus restos mortais foram transladados para a Suécia, especificamente para o Convento de Vadstena, após ter sido sepultada na Igreja romana de São Lourenço em Panisperna. O seu filho Bingério se incumbiu de todas as providências para o translado de sua mãe para a Suécia. Em 1377, por ordem do Bispo Alfonso Pecha de Vadaterra, amigo e confessor de Brígida na Itália, foi lançada a primeira edição de suas "Aparições celestiais". Em 1378, finalmente foi aprovada as Regras da Ordem Religiosa fundada por ela, e em 1384, o Convento de Vadstena foi consagrado.

A Ordem Brigidina, como também é conhecida, não tem monges, somente mulheres. Há doze conventos no mundo, sendo que a Abadia Syon em Devonshire é a única casa religiosa na Inglaterra. As Irmãs rezam suplicando a DEUS pela restauração da casa mãe em Vadstena na Suécia, onde iniciou a fundação da Congregação, depois da morte de Santa Brígida, mas tendo sua filha, Santa Catarina da Suécia, como a primeira Abadessa. As Brigidinas cultivam uma especial devoção a NOSSA SENHORA e à Paixão de CRISTO, em decorrência das visões que sua fundadora teve na infância e durante a sua vida.

O processo de canonização começou em 1377 e terminou em 7 de Outubro de 1391, quando ela foi proclamada Santa pelo Papa Bonifácio IX. É padroeira da Suécia e em 1999, Santa Brígida foi elevada, junto com Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz, padroeiras e protetoras da Europa.

A Ordem fundada por Santa Brígida perdura até os nossos dias, sob o nome de ORDEM DO SANTÍSSIMO SALVADOR (Ordo Sancti Salvatoris), chamada comumente de “Ordem Brigidina”. Ela se espalhou rapidamente por toda a Europa com Mosteiros na Escandinávia, na Itália e em outros países. Nos tempos modernos expandiu-se em cinco diferentes ramos, juridicamente independentes: na Espanha em 1629, na Itália no ano 1911, nos E.U.A. no ano 1970, no México ano 2000. Nenhumas dessas fundações são de homens, todas elas são de mulheres (exceto nos E.U.A. que tem um Convento masculino). Sua festa é celebrada no dia 23 de julho.

Os restos da Santa se encontram no Convento de Vadstena, na Suécia. O edifício onde a Santa viveu em Roma, foi tratado e reformado e se transformou na Casa de Santa Brígida. Nela estão um Templo, um Convento, e um albergue para pobres.

Palavras de CRISTO à sua esposa (Santa Brígida) sobre a maneira e respeito com que deve conduzir a oração, e sobre três classes de pessoas que servem

REVELAÇÕES E ANÚNCIOS

DIVINOS - 1

Santa Brígida manteve um permanente contato com JESUS e a VIRGEM MARIA, que lhe favoreceram com notáveis Visões e Revelações muito especiais, para que ela as divulgasse para o mundo, deixando a humanidade conhecer diretamente, os ensinamentos e as recomendações de DEUS em benefício de todos os seus filhos. Assim sendo, a seguir é apresentada algumas das centenas de manifestações que se encontram descritas nos livros da Santa e que revelam a grandeza do Amor de DEUS e de NOSSA MÃE SANTÍSSIMA, que amorosamente buscam a salvação de todos os seus filhos.



Palavras de CRISTO à sua esposa (Santa Brígida) sobre a maneira e respeito com que deve conduzir a oração, e sobre três classes de pessoas que servem a DEUS no mundo.

Livro 1 - Capítulo 14

Sou teu DEUS, o que foi pregado na cruz, verdadeiro DEUS e Homem em Uma Única Pessoa Divina, e que está presente todos os dias nas mãos do sacerdote. Quando ME ofereces uma oração, termine-a sempre com o desejo “de que se faça a Minha Vontade e não a tua”. Quando rezas por alguém que já está condenado não te escuto. Algumas vezes não te ouço se desejas algo que possa ir contra a tua salvação. É por isso, necessário “que submetas tua vontade à Minha”, porque como EU sei todas as coisas, não te permito nada mais do que te seja benéfico. Há muitos que não rezam com a intenção correta e é por isso que não merecem ser atendidos. Há três tipos de pessoas que ME servem neste mundo.

Os primeiros são os que crêem que sou DEUS e o provedor de todas as coisas, que tem poder sobre tudo. Estes ME servem com a intenção de conseguir bens e honras temporais, mas as coisas do Céu não lhes importam e até estão dispostos a perdê-las para obter os bens presentes. O êxito mundano se ajusta completamente à sua medida, segundo os seus desejos. Já que perderam os bens eternos, EU lhes compenso com consolos temporais por qualquer bom serviço que ME façam, pagando-lhes até o ultimo centavo e até o ultimo ponto.

Os segundos são os que crêem que sou DEUS Onipotente e Juiz severo, mas que ME servem por medo do castigo e não por amor a gloria celestial. Se não ME temessem não ME serviriam.

Os terceiros são os que crêem que Sou o CRIADOR de todas as coisas, o DEUS verdadeiro e crêem que Sou justo e misericordioso. Estes não ME servem por medo do castigo, mas por amor divino e caridade. Prefeririam suportar qualquer castigo, por duro que fosse a não ME ofender. Estes merecem verdadeiramente ser escutados quando rezam, pois sua vontade coincide com a Minha Vontade. O primeiro tipo de servos nunca sairá do castigo nem chegará a ver o Meu Rosto, e o segundo, não será tão castigado, mas também não chegará a ver o Meu Rosto, a não ser que corrija seu temor mediante a penitência. Assim, os terceiros são os filhos queridos que sabem amar a DEUS e serão recompensados com a felicidade eterna.







Como a esposa (Santa Brígida) viu um santo falando com DEUS sobre uma mulher que havia sido terrivelmente afligida pelo demônio e que depois se converteu graças às orações e intervenção da gloriosa VIRGEM MARIA.

Livro 1 – Capítulo 16

A esposa (Santa Brígida) viu que um dos Santos (no Céu) dizia a DEUS: “Porque o demônio está afligindo a alma desta mulher que TU redimiste com TEU Sangue”? O demônio contestou de imediato dizendo: “Porque ela é minha por direito”. O SENHOR questionou: “Com que direito ela é tua”? O demônio lhe respondeu: “Há dois caminhos. Um que conduz ao Céu e outro ao inferno. Quando ela se viu frente a esses dois caminhos, sua consciência e razão lhe disseram que escolhesse o meu caminho. Como tinha livre vontade para escolher o caminho de seu agrado, pensou que seria mais vantajoso dirigir sua vontade para o pecado, e assim, começou a caminhar por minha trilha. Depois, eu a enganei com três vícios: a gula, a cobiça pelo dinheiro e a luxúria. Agora habito o seu ventre e em sua natureza. Tenho-a presa por cinco mãos. Com uma mão lhe fecho os olhos para que não veja as coisas espirituais. Com a segunda, sujeito as suas mãos de forma que não possa fazer nenhuma boa obra. Com a terceira lhe sustenho os pés, de maneira que não caminhe para a bondade. Com a quarta mão, sujeito o seu intelecto para que não se envergonhe de pecar e, com a quinta lhe prendo o coração para que não sinta contrição nenhuma”. A bendita VIRGEM MARIA disse então ao seu FILHO: “Meu JESUS, faça com que ele diga somente a verdade sobre o que eu quero lhe perguntar.” O FILHO respondeu: “TU és Minha MÃE, és a Rainha do Céu, és a Mãe da Misericórdia, o Consolo das almas do Purgatório, a Alegria dos que peregrinam pelo mundo, a Soberana dos Anjos, a Criatura mais excelente diante de DEUS. TU também, Minha MÃE, és Soberana sobre o demônio. Ordena tu mesma a este demônio, e ele te dirá o que quiseres”. A bendita VIRGEM então perguntou ao demônio: “Diga-me, Satanás, que intenção tinha aquela mulher antes de entrar na Igreja”? Satanás lhe respondeu: “Tomou a resolução de não voltar a pecar”.

E a VIRGEM MARIA lhe disse: “Embora sua intenção anterior a conduzisse ao inferno, diga-me, em que direção aponta sua atual intenção de afastar-se do pecado?” O demônio com raiva lhe respondeu: “A intenção de abster-se de pecar a conduz ao Céu”. A Virgem Maria disse: “Como tu entendeste que era teu direito afastá-la do caminho da Santa Igreja devido a sua intenção anterior, agora é questão de justiça ela ser conduzida de volta a Igreja, dada a sua presente intenção. Por isso demônio, eu vou fazer outra pergunta: Diga-me, que intenção ela tem em seu atual estado de consciência?” O demônio lhe respondeu: “Em sua mente está pesarosamente contrita e arrependida, chorando por tudo o que fez. Decidiu nunca mais cometer pecados semelhantes e emendar-se em tudo o que puder”. A VIRGEM, então, perguntou ao demônio: “Poderia me dizer se os três pecados de luxúria, gula e cobiça podem existir num coração junto com as três boas resoluções de contrição, arrependimento e propósito de emenda que ela manifestou?” O demônio respondeu: “Não”. E a bendita VIRGEM disse: “Me dirás então, quais resoluções têm que retroceder e sair de seu coração, as três virtudes ou os três vícios, que, segundo tu, todos juntos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo?” O demônio falou resmungando: “Digo que os pecados”. E a VIRGEM então disse: “Dessa forma, o caminho do inferno está fechado para ela e o caminho do Céu está aberto”. De novo, a bendita VIRGEM MARIA inquiriu ao demônio: “Diga-me, se um ladrão arrombar as portas da esposa e quiser violá-la, que teria que fazer o Esposo?” Satanás respondeu: “Se o Esposo é bom e valente, deve defendê-la arriscando a sua vida por ela.” Então, a VIRGEM disse: “Tu és o ladrão malvado. Esta alma é a esposa de meu FILHO, que a redimiu com o seu próprio Sangue. Tu a corrompeste e a atacaste à força. Portanto, e posto que o meu FILHO é o Esposo e SENHOR da alma dela, retira-te de sua presença”.

EXPLICAÇÃO

Esta mulher era uma prostituta, que depois de se arrepender estava quase voltando ao mundo do pecado, porque o demônio a molestava dia e noite, tanto que visivelmente pressionava até os seus olhos e, diante de muitos a arrastava fora de sua cama. Então, na presença de testemunhas fiéis, Santa Brígida disse abertamente: “Saia, demônio, já tens vexado bastante a esta criatura de DEUS”. Depois de dizer isso, a mulher se aquietou por meia hora, com os olhos fixos no solo e, depois se levantou e disse: “Na verdade eu vi o demônio numa forma abominável saindo pela janela e ouvi sua voz que me dizia”: “Mulher, verdadeiramente estás livre”. Desde esse momento, esta mulher, venceu toda a sua impaciência, cessaram os seus sórdidos pensamentos e veio a descansar numa boa morte.







Palavras do SENHOR à esposa (Sta. Brígida) descrevendo como foi julgado um homem no tribunal de DEUS e sobre a terrível sentença ditada sobre ele por DEUS e por todos os Santos.

Livro 1 - Capítulo 28

A esposa viu, DEUS estava enojado e falou: “EU Sou sem princípio e fim. Não há mudança em MIM nem de anos nem de dias. Todo o tempo do mundo é como uma só hora ou um momento para MIM. Todos aqueles que ME vêem, contemplam e entende tudo o que existe em MIM num instante. Entretanto, esposa minha (Santa Brígida) , pelo fato de estar num corpo material, não podes perceber nem conhecer como um espírito conhece. Por isso, para teu bem, te explicarei o que sucedeu. EU estava, por assim dizer, sentado no tribunal para julgar, porque todo juízo ME foi dado, e certa pessoa veio a ser julgada no tribunal". A voz do PAI ressoou contra o réu e disse: “Mais te valeria não ter nascido”. Não era porque DEUS tivesse se arrependido de tê-lo criado, e sim como qualquer um que sentisse preocupação pela pessoa e se compadecesse dela. A voz do FILHO confirmou: “EU derramei o Meu Sangue por ti e aceitei uma duríssima penitência, mas tu te afastaste completamente como se isso não tivesse nada a ver contigo”. A voz do ESPÍRITO disse: “EU busquei por todos os rincões de seu coração para ver se poderia encontrar algo de ternura e caridade nele, mas tu és tão frio como o gelo e tão duro como uma pedra. Este homem não ME diz respeito”. Estas três vozes não se ouviram como se fossem três deuses, mas foram ditas audíveis para ti, Minha Esposa (Santa Brígida), porque de outra forma não terias podido compreender este mistério.

As três vozes, do PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO, se transformaram imediatamente em uma só voz que retumbou e disse: “De nenhuma maneira merece o reino dos Céus!” A MÃE da Misericórdia permaneceu em silêncio e não moveu a sua misericórdia, pois o réu não era digno dela. Todos os Santos clamaram a uma voz dizendo: “É justiça Divina para ele, ser perpetuamente exilado de seu Reino e de seu gozo”. Todos no Purgatório disseram: “Não temos uma penitência suficientemente dura para castigar teus pecados. Terás que suportar maiores tormentos e, portanto, tens que ser afastado de nós”. Então, o mesmo pecador exclamou com uma voz horrenda: “Ai, ai da semente que fecundou no ventre de minha mãe e da qual eu me formei!” Pela segunda vez exclamou: “Maldita a hora em que minha alma se uniu a meu corpo e maldito aquele que me deu um corpo e uma alma!” Voltou a clamar uma terceira vez: “Maldita a hora em que sai do ventre de minha mãe!” Então chegaram três vozes horríveis do inferno que lhe diziam: “Vem conosco, alma maldita, como o líquido que se derrama até a morte perpétua e vive sem fim!”“Vem, alma maldita, vazia por sua maldade! Nenhum de nós deixará de encher-te com o seu próprio mal e dor!” “Vem, alma maldita, pesada como uma pedra que se afunda e nunca alcança o fundo onde descansar! Descerás mais baixo que nós e não pararás até que não tenha chegado ao mais profundo do abismo”.

Então, o SENHOR disse: “Como um homem com várias esposas, que vê cair uma e se separa dela, se volta para as outras que permanecem firmes e se alegra com elas, assim EU separei dele o Meu Rosto e Minha misericórdia, e ME volto para os que ME servem e ME obedecem e ME alegro com eles. Portanto, entenda, agora que sabes da queda e desgraça dele, serve-ME com maior sinceridade do que ele, em proporção à maior misericórdia que te dispenso! Aparte-te do mundo e de seus desejos! Por acaso EU aceitei tão amarga Paixão pela glória do mundo? Ou porque não podia consumá-la em menos tempo e com mais facilidade? Claro que podia! Contudo, a justiça exigia isso, que acontecesse como foi. Como a humanidade pecou em todos e cada um de seus membros, tive que fazer cumprir a justiça em todos e cada um dos MEUS membros. Por isso, DEUS, em sua compaixão pela humanidade e em seu ardente amor para com a VIRGEM, recebeu Dela uma Natureza Humana através da qual EU pude suportar todo o castigo ao qual estaria fadada a humanidade. Ao haver tomado sobre MIM o teu castigo (humanidade), por amor, permaneça firme na verdadeira humildade, como os Meus servos, assim, não terás nada de que te envergonhar nem nada que temer mais que a MIM! Guarda tuas palavras de tal forma que, se essa fosse a Minha Vontade, tu não falarias. Não te entristeças pelas coisas temporais que tão somente são passageiras. EU posso fazer a quem EU quiser, rico ou pobre. Assim, pois, esposa minha (Santa Brígida) , deposita toda a tua esperança em MIM!”

EXPLICAÇÃO

Esse homem era um cônego de nobre reputação e subdiácono que, havendo obtido uma falsa dispensa, quis se casar com uma rica donzela. Contudo, foi surpreendido por uma morte repentina e não conseguiu o seu objetivo. E morrendo foi condenado ao inferno.





Palavras da VIRGEM MARIA à filha (Santa Brígida) sobre duas senhoras, uma que se chamava “Soberba” e a outra “Humildade”, simbolizando esta última a mais doce das Virgens e sobre como a VIRGEM MARIA vem reunir-se com aqueles que a amam na hora de sua morte.

Livro 1 - Capítulo 29

A MÃE DE DEUS se dirigiu à Esposa (Santa Brígida) de seu FILHO dizendo-lhe: “Há duas senhoras. Uma delas não tem um nome especial, mas não merece nome; a outra é a humildade e se chama MARIA. O demônio é o mestre da primeira senhora porque tem domínio sobre ela. Um de seus cavaleiros disse a essa dama”: “Senhora, eu estou disposto a fazer tudo por você, se puder copular contigo ao menos uma vez. Sou poderoso, forte e tenho um coração valente, não temo nada e estou até disposto a morrer por ti”. Ela lhe respondeu: “Servo meu, seu amor é grande. Mas, eu estou sentada em um trono muito alto, e tenho somente este trono e há três portas entre nós. A primeira porta é tão estreita e apertada, que tudo que um homem estiver vestindo enroscará nela e rasgará totalmente. A segunda é tão afiada que corta até as fibras nervosas. A terceira arde com um fogo tal que ninguém escapa de seu ardor sem ficar derretido como o cobre. Ademais, estou sentada tão alto que qualquer um que queira sentar-se comigo, pelo fato de ter eu somente um trono, cairia nas profundezas do caos que está abaixo de mim”. O demônio lhe respondeu: “Darei a minha vida por ti, pois uma queda não representa nada para mim”.

Esta senhora é a Soberba e qualquer um que quiser chegar a ela passará, por três portas. Pela primeira porta entram aqueles, que dão tudo o que têm para receber honras humanas, e se não têm nada para dar, mudam toda a sua vontade e vivem com orgulho, colhendo elogios por todos os meios. Pela segunda porta entra a pessoa que dedica todo o seu trabalho e tudo o que faz e todos os seus pensamentos e toda a sua força, para satisfazer a sua Soberba. E ainda assim, se tiver que deixar que firam o seu corpo para conseguir honras e riquezas, o faria com gosto e prazer. Pela terceira porta entra a pessoa que nunca se cala e nem se aquieta e sim arde como fogo, com o pensamento fixo de como conseguir alguma honra mundana ou posição de destaque, para satisfazer a sua Soberba. Mas quando obtém o que deseja, não pode permanecer muito tempo no mesmo estado e termina caindo miseravelmente. Apesar de tudo isso, a Soberba ainda permanece no mundo.

"Eu sou", disse MARIA, "A mais Humilde, estou sentada em um trono espaçoso, sobre Mim não há sol, nem lua, nem estrelas e nem sequer nuvens, senão um brilho inconcebível e uma calma maravilhosa da clara beleza da Majestade de DEUS. Abaixo de Mim não há nem terra e nem pedra, somente um incomparável descanso na bondade do CRIADOR. Perto de Mim não há nem barreiras nem paredes, senão a gloriosa corte dos Anjos e das almas santas. Ainda que, esteja sentada num trono sublime, ouço os Meus amigos que vivem na Terra, entregando-ME diariamente os seus suspiros e as suas lágrimas. Vejo suas lutas e sua eficácia, que é bem maior do que aqueles que lutam pela senhora Soberba. Por isso, os visitarei e os reunirei Comigo em Meu Trono, porque este é espaçoso e há lugar para todos. Entretanto, ainda não podem vir e sentar-se Comigo porque existem dois muros que nos separam, através dos quais os conduzirei confiadamente para que ultrapassem e possam chegar até Meu Trono. O primeiro muro é estreito e é o próprio mundo. Os Meus servos e amigos, que souberam cativar a Minha amizade no mundo, sabem ultrapassá-lo deixando o mundo com suas coisas e receberão a consolação de Minha parte. O segundo muro é a morte. Por isso, Eu, a sua mais querida Senhora e Mãe irei comparecer para Me unir com eles, com Meus amigos, na sua morte, de maneira que, mesmo na morte, possam sentir o Meu refrigério e consolo. E assim, irei reuni-los Comigo no trono do gozo celestial de maneira que, na alegria sem fim, possam descansar eternamente nos braços do amor perpétuo e da glória eterna".

Finalmente, no mesmo sacrifício se apresenta ao homem a Vida

REVELAÇÕES E ANÚNCIOS

DIVINOS - 2



Na presença da Esposa (Santa Brígida), acusação do FILHO a uma alma que seria condenada; e a resposta de CRISTO ao demônio por que permitiu a essa alma e permite aos pecadores que toquem e recebam o seu verdadeiro Corpo na Sagrada Eucaristia.

Livro 2 - Capítulo 2

DEUS apareceu irritado, e disse: “Esta obra (humanidade) das Minhas Mãos, a quem destinei grande glória, ME tem desprezado. Esta alma, a quem ofereci todo o Meu amoroso cuidado, ME fez três coisas sérias: Desviou os seus olhos de MIM e os voltou na direção do inimigo. Fixou sua vontade no mundo, colocando sua confiança em si mesmo, porque ela era livre para pecar contra MIM. Por esta razão, como não se preocupou em ter nenhuma consideração COMIGO, EU executo a Minha Justiça sobre ela. Porque ela fixou sua vontade contra MIM e pôs falsa confiança em si mesmo, EU afasto dela o objeto de seu desejo.”

Então, um demônio gritou: “JUIZ, esta alma é minha”. O JUIZ (DEUS) respondeu: “Que razões você traz contra ela e a seu favor?” Ele respondeu: “Minha acusação é a Sua própria declaração de que ela LHE desprezou, o SENHOR o seu CRIADOR, e por isso esta alma tornou-se minha. Além disso, ela que foi repentinamente levada, como poderia agora, repentinamente, LHE agradar? Pois quando seu corpo era sadio e vivia, ela não LHE serviu com o coração sincero, já que amava mais as coisas do mundo, e nem mesmo suportou a doença pacientemente, ou refletiu sobre as suas obras como deveria. No final, ele nunca esteve ardendo no fogo da caridade. Por isso, esta alma é minha, porque o SENHOR a tirou do mundo repentinamente.”

O JUIZ respondeu: “Um fim repentino não condena uma alma, a menos que haja inconsistência em suas ações. Pela escolha de uma pessoa ela não é condenada para sempre sem deliberação cautelosa.” Então a MÃE DE DEUS disse: “Meu FILHO, se um criado preguiçoso tem um amigo que tem uma boa relação com o seu mestre, seu amigo não deveria defendê-lo? Ele não deveria ser salvo, se pedisse por isso, pelo bem do outro?” O JUIZ respondeu: “Cada ato de justiça deve ser acompanhado pela misericórdia e sabedoria; a misericórdia para diminuir a severidade, a sabedoria para garantir que a equidade seja mantida. Mas, se a transgressão for de tal tipo que não merece perdão, mesmo assim, a sentença pode, ainda, ser mitigada em consideração a amizade revelada, sem, contudo infringir a justiça.” Então disse a MÃE: “Meu abençoado FILHO, esta alma pensava em Mim constantemente, e Me mostrou reverencia; e varias vezes celebrou a grande solenidade em Minha consideração, mesmo que fosse fria em relação a TI. Então, tenha piedade dela!”

O FILHO respondeu: “Abençoada MÃE, tu conheces e vê todas as coisas em MIM. Mesmo que esta alma a tivesse na sua mente, ela fazia isso mais em atenção à sua felicidade temporal e não pensando na espiritual. Não tratou Meu puríssimo Corpo como deveria. Sua boca suja a afastou de desfrutar Minha caridade. O amor mundano e a dissolução encobriram o sofrimento que padeci também em beneficio dela. Sua morte foi acelerada quando considerou Meu perdão como certo e quando não pensou em seu fim. Embora tenha ME recebido continuamente na Sagrada Eucaristia, isto não a fez melhorar, pois ela não se preparou de forma adequada. Uma pessoa que deseja receber um nobre Senhor e Hóspede não deve apenas preparar o quarto, mas também todos os utensílios. Este homem não fez assim, já que, embora tenha limpado a casa através da Confissão Sacramental, não a varreu com reverente cuidado. Ele não espalhou pelo chão as flores de suas virtudes ou preencheu os utensílios de seus membros com abstinência. Então, tu vês muito bem que o que precisa ser feito para ele é o que ele merece”.

“Embora EU seja invulnerável e além da compreensão possa estar em todos os lugares devido a Minha Divindade, Minha alegria está naquele que é puro, mesmo se EU, da mesma forma, entrar no que tem bom coração e no condenado. O bom recebe o Meu Corpo, que foi crucificado e subiu ao Céu, e que foi prefigurado pelo maná e pela farinha da viúva. O mau também o recebe, mas, enquanto para o bom isso leva a maior força e consolação, para o mau isso leva a uma condenação ainda mais justa, na medida em que ele, em sua indignidade, não tem medo de se aproximar de tão digno Sacramento”.(Aqui é focalizado o sério problema de sacerdotes e leigos, não arrependidos e não perdoados sacramentalmente de suas culpas, e portanto, não se encontrarem dignamente preparados, e receberem JESUS, na Sagrada Comunhão)

O demônio respondeu: “Se ele se aproximou de TI indignamente e Sua sentença foi mais severa por causa disso, por que permitiste que ele se aproximasse e TE tocasse apesar de sua indignidade?” O JUIZ respondeu: “Você não está perguntando isto com amor, já que não o tem, mas o Meu poder o obriga a perguntar por causa de Minha Esposa (Santa Brígida) que está tendo esta visão e escutando. Da mesma forma que, tanto o bom quanto o mau, tocam a Minha Natureza Humana para provar a realidade da mesma, assim, com Minha paciente humildade, também o bom e o mal comem o meu Corpo no Altar. O bom para a sua maior perfeição, e o mau para que não possa acreditar que já esteja condenado e assim, tendo recebido o Meu Corpo, ele possa ser convertido, desde que decida corrigir a sua intenção e o seu procedimento. Que maior amor posso lhes mostrar do que aquele em que EU, o mais puro, entro até mesmo nos vasos mais impuros? Você satanás e seus companheiros desprezam este amor, pois vocês se endureceram contra o amor”.

Então, a MÃE falou novamente:“Meu bom FILHO, toda vez que ele se aproximou de TI revelou reverencia, embora não como deveria ter sido. Ele também se arrepende de TE ter ofendido, embora não perfeitamente. Meu FILHO, em minha intenção, considere isto em favor dessa alma”. O FILHO respondeu: “Como disse o profeta, EU sou o verdadeiro Sol, embora EU seja muito melhor que o sol. O raio do sol não penetra as montanhas ou mentes, mas EU posso fazer ambos”.

“Uma montanha pode ficar no caminho do raio do sol e assim a luz do sol não alcançará a terra do outro lado dela, mas o que pode bloquear o Meu caminho exceto o pecado que impede esta alma de ser atingida pelo Meu Amor? Mesmo se uma parte da montanha for removida, a terra do outro lado ainda não receberia integralmente o calor do sol. E se EU entrasse em parte numa mente pura, que consolo seria para MIM se EU pudesse sentir o mau cheiro vindo da outra parte da mente que está impura? Portanto, uma pessoa deve se livrar de tudo o que é sujo e permanecer limpa, e então desta limpeza, resultará a doce alegria”. A Sua MÃE respondeu: “Seja feita a Sua Vontade, com toda misericórdia!

EXPLICAÇÃO

Este foi um sacerdote que frequentemente recebia avisos relacionados ao seu comportamento incontinente e não quis escutar a razão. Um dia, quando ele saiu ao campo para cuidar de seu cavalo, veio um trovão e um raio o atingiu e matou. Seu corpo ficou ileso exceto as suas partes íntimas, que puderam ser vistas completamente queimadas. Então o ESPÍRITO DE DEUS disse: “FILHA, aqueles que se envolvem em tais prazeres desprezíveis merecem sofrer em suas almas o que este homem sofreu em seu corpo”.







São João Evangelista disse a Santa Brígida que nenhuma boa obra ficará sem prêmio. Falou também sobre a excelência da Bíblia.

LIVRO 4 – CAPITULO 1

Um homem apareceu a Santa com os cabelos cortados de modo diferente. Seu corpo estava seminu, embora não de maneira indecente, e untado com óleo, e disse: “A Escritura que vocês chamam de Santa, diz que nenhuma boa obra ficará sem prêmio. Esta é a Escritura chamada por vocês de Bíblia, mas nós os bem-aventurados a chamamos de “sol”, porque ela é mais resplandecente que o ouro, e excede a todas as demais escrituras, porque nela se honra e anuncia o verdadeiro DEUS, se recorda as obras dos Patriarcas e se explicam as predições dos Profetas. E porque nenhuma obra pode ficar sem a sua devida remuneração, entenda o que vou lhe dizer:”

“Tu que me estás vendo, prosseguiu São João Evangelista, entenda que penetrei na raiz da Escritura de ouro e a conhecendo, aumentei-a inspirado por DEUS. Eu fui afrontosamente desnudado e porque suportei tudo com paciência, DEUS cobriu a minha alma com uma vestidura imortal; fui colocado num caldeirão de óleo fervendo e por isso estou desfrutando agora do óleo da alegria; também como a MÃE DE DEUS passou do mundo para a eternidade com uma morte suave, o SENHOR DEUS ordenou que o mesmo ocorresse comigo, porque fui protetor de NOSSA SENHORA. Por isso, o meu corpo se encontra agora em lugar seguro e muito tranquilo. É a magnífica retribuição do SENHOR. Então fica claro e evidente, DEUS não deixa de premiar todas as obras, mesmo a menor delas".







Presença Real de JESUS no SANTÍSSIMO SACRAMENTO (EUCARISTIA).

LIVRO 4 - CAPÍTULO 45

Vendo Santa Brígida um sacerdote erguer o SANTÍSSIMO SACRAMENTO, apareceu-lhe um demônio muito feio e lhe disse: "Tu crês, que esse pedacinho de pão é DEUS? Ele está sendo consumido há muito tempo, ainda que fosse o maior dos montes, já teria acabado. Nenhum dos sábios judeus, a quem DEUS comunicou a Sua sabedoria, não acredita em semelhante coisa”. Apareceu-lhe em seguida o seu Anjo da Guarda e lhe disse: “Filha, não respondas a este estúpido, pois este que lhe apareceu é o pai da mentira; mas prepara-te, porque já está perto o Esposo”. E neste momento apareceu NOSSO SENHOR JESUS CRISTO e disse ao demônio: “Por que perturbas esta filha e Minha Esposa? Chamo-lhe de filha, porque a criei; e é Minha Esposa porque a redimi e está unida Comigo pelo Meu Amor”.

Disse o demônio: “Falo porque tenho de TI permissão para fazer isso”. Disse o SENHOR: “Diga-me, demônio, quando a vara se transformou numa serpente, isto aconteceu por ordem de Moisés, ou pelo comando de DEUS, ou porque Moisés era Santo, ou porque assim dispôs a palavra de DEUS”? Respondeu o demônio: “Quem foi Moisés, senão um homem fraco por si, ainda que considerado justo por DEUS, cuja palavra, mandada e proferida por DEUS, a vara se transformou em serpente, por ordem de DEUS. Moisés apenas obedeceu porque era um ministro do SENHOR. Antes da ordem e da palavra de DEUS, a vara era uma vara, mas quando DEUS ordenou, a vara se transformou numa cobra real, de tal modo, que até levou terror ao próprio Moisés”.

Disse o SENHOR a Santa Brígida:“Desta maneira, Minha Esposa, sucede no Altar. Antes das palavras da Consagração, a Hóstia colocada sobre o Altar é pão. Mas pronunciadas pelo sacerdote as palavras: ESTE É O MEU CORPO, ele se transforma no Corpo de CRISTO, embora permaneça a mesma aparência de pão. Todos recebem em suas mãos, os bons e os maus, assim recebe um como mil pessoas, a mesma verdade, mas não com o mesmo efeito. Isto porque, aos bons a Sagrada Eucaristia lhes serve para a sua salvação, e aos maus para a sua condenação”.

“Quanto àquilo que o diabo disse, de que nenhum erudito judeu acredita nisto, EU respondo que eles são infelizes e cegos, como aqueles que perderam ambos os olhos; e carecem de ambos os pés espirituais, pelos quais são ignorantes, não caminham e não evoluem espiritualmente, e assim serão até que reconheçam a verdade. Portanto, não devemos estranhar que o diabo procura cegar e endurecer os corações das pessoas, lhes sugerindo coisas impudicas, e aquelas que são contra a fé".

"Assim, sempre que vir à mente algum pensamento dessa classe a respeito de Meu Corpo explica a teus amigos, e permanece firme na fé. Tenha absoluta certeza de que este Corpo que tomei da VIRGEM Minha MÃE, e foi crucificado e agora reina no Céu, é o Mesmo que está sobre o Altar na Hóstia Consagrada, e dele recebe os bons e os maus. E como ME apareci com aspecto diferente aos Discípulos que iam para Emaús, não obstante sendo o verdadeiro DEUS e verdadeiro Homem, e também, como entrei no Cenáculo onde estavam os Discípulos com as portas e janelas fechadas; do mesmo modo ME mostro diferente aos sacerdotes, após a Consagração, para que sua fé tenha mérito e se faça mais evidente a ingratidão da humanidade”.

“Mas não existe motivo para se admirar disto, porque sou agora o mesmo que com terríveis sinais manifesto o poder da Minha Divindade, e, contudo, os homens disseram: Façamos deuses que nos dirijam. EU também manifestei aos judeus a Minha verdadeira Humanidade, e a crucificaram. A cada dia estou no Altar, e dizem os maus: Este manjar causa tentação e náuseas. Que maior ingratidão pode haver em querer compreender DEUS pela razão, e se atrever a criticar os julgamentos e mistérios ocultos que ELE tem encerrado em Suas Mãos? Assim, pois, com um efeito invisível e com forma visível quero ME manifestar aos ignorantes e aos humildes, que seja na forma visível do pão, mesmo sem pão e sem substância, e por que EU sofro em Meu Corpo tão indigno e tão indecoroso tratamento, seja para engrandecer aos humildes e confundir os soberbos”.



Sobre o Santíssimo Sacramento.

LIVRO 4 - Capítulo 46

Apareceu à Santa um demônio com uma barriga muito grande, e lhe disse:“O que você acha, mulher, e que motivos tem para pensar coisas grandes? Sei também de muitas coisas, e te quero provar as minhas palavras com a luz da razão, mas antes te aconselho a não pensar coisas incríveis, e também não deve dar crédito aos seus sentidos. Não vês com os seus próprios olhos e não ouves com teus ouvidos, o som da quebra da Hóstia da espécie do pão? Não tem visto cuspi-la, pegá-la com as mãos e até mãos sujas, jogá-la indecorosamente ao chão, e lhe fazer muitos desacatos, que eu não toleraria se fizessem comigo? E se ainda fosse possível que DEUS estivesse na boca do justo, como tem de descer até os injustos, cuja avareza não conhece termo e nem medida”?

Disse a Santa ao SENHOR, que apareceu no momento em que terminou a tentação: “SENHOR Meu JESUS CRISTO, VOS agradeço por todas as Graças, e em particular, por três. Primeiro, porque vestiu a minha alma, inspirando-me dor e arrependimento, com os quais os meus pecados, por grandes que tenham sido, foram perdoados; segundo, porque sustenta a minha alma, infundindo-lhe o Seu Amor e a permanente memória de Sua Paixão, com a qual me deleito como um saboroso manjar; e terceiro, porque consola a todos os que na tribulação LHE invocam. SENHOR tende misericórdia de mim e ajude a minha fé; porque ainda que seja digna de ser entregue às ilusões do demônio, creio, não obstante, que sem a VOSSA permissão ele não pode fazer nada, e também não lhe permitis, sem dar algum consolo ao tentado”.

Então JESUS disse ao demônio: “Porque fala a esta nova Minha Esposa”? O demônio respondeu: Porque a tive em minhas redes, e ainda espero voltar a pegá-la. Estava comprometida, quando consentindo comigo, agradou mais a mim, e quis seguir mais as minhas orientações, que a ti que és o seu CRIADOR. Observei todos os seus passos, e os conservo na minha memória”. Interrompeu JESUS: “Logo tu és negociante e explorador de todos os caminhos”? Respondeu o demônio: “Sou, mas nas trevas, porque me deixaste sem luz”.

JESUS perguntou: Quando viste e quando ficaste nas trevas”? Disse o demônio: “Vi, quando me criaste formosíssimo; mas porque desprevenidamente me arrojei sobre o TEU esplendor, fiquei cego como um basilisco (réptil de oito pernas). Vi quando invejava a TUA formosura; em minha consciência eu TE vi, e TE conheci quando me lancei do Céu; vi também, quando TU tomou o Corpo de carne, e fiz o que me permitiste; e TE conheci, quando ao Ressuscitar, me despojaste dos prisioneiros, cativos do pecado; e a cada dia conheço o TEU poder, e fazes burla de mim e me envergonhas”. JESUS falou: “Pois se sabes a verdade sobre o Meu poder, e quem EU sou, por que mente aos Meus escolhidos? EU não disse, que quem come a Minha carne, viverá para sempre? E tu, dizes que é mentira, e que ninguém come a Minha carne. Neste caso, Meu povo estaria sendo iludido, seria mais idólatra que os que adoram pedras e madeiras”.

JESUS continuou: “Agora, ainda que EU conheça tudo, ME responde, para que Minha Esposa que esta ouvindo, veja nesta visão aquilo que não pode entender, senão por semelhança, as coisas espirituais. Tomé, meu Apostolo, me tocou e apalpou após a Minha Ressurreição, para ver se era EU Mesmo que estava ali. Era espiritual o que tocava, ou corporal? Si era corporal, como EU podia ter entrado no Cenáculo, se as portas e janelas estavam fechadas? E se era espiritual, como EU podia ver com os olhos do corpo e como Tomé conseguiu ME tocar”? Respondeu o demônio: “Coisa difícil é ter que falar onde se é considerado suspeito por todos, e à força se vê obrigado a dizer a verdade. Desse modo, forçado por TUA ordem, digo; que quando ressuscitaste, eras espiritual e corporal; e assim, pela eterna virtude da TUA Divindade, e pela prerrogativa espiritual da carne glorificada, entras e podes estar onde quiser”.

Voltou o SENHOR a dizer: “Quando a vara de Moisés se converteu em serpente, era verdadeira serpente por dentro e por fora, ou só uma figura e semelhança de serpente? Aqueles cestos de pão ou pedaços de pão, que recolheram os Meus Discípulos, era pão de verdade, ou apenas semelhança de pão”?

Respondeu o demônio:“Verdadeiramente a vara se transformou numa serpente, e tudo o que foi recolhido nas cestas eram sobras de verdadeiro pão. E tudo isto foi feito pelo TEU poder”. Disse JESUS: “E por ventura, agora será para MIM mais difícil fazer milagres iguais ou maiores que aqueles, se assim é Minha Vontade? E já que a carne glorificada pôde entrar então onde estavam os Apóstolos com as portas e janelas fechadas, porque não posso estar agora nas mãos dos sacerdotes”?

“Talvez lhe custe algum trabalho a Minha Divindade juntar o alto com o baixo, as coisas do Céu com as da Terra? Não, com certeza; senão que no fim de tudo, tu és o pai da mentira; mas se tua malícia é grande, maior é o Amor que tenho e terei sempre pela humanidade. E ainda que parecesse que um queimava esse Santíssimo Sacramento, e outro o espezinhasse, EU só conheço a fé que têm todos e disponho todas as coisas com medida e paciência: e do nada sempre faço alguma coisa, do invisível, para o visível, e no sinal e nas palavras apresento uma coisa a vista, que na realidade é outra coisa diferente do que parece ser”.

Contestou o demônio: “A cada dia experimento essa verdade, quando se afastam de mim meus amigos, e se fazem amigos TEUS. Que mais queres que TE diga? Se me deixassem a minha liberdade, bem poderia manifestar com minha vontade o que faria, se me permitissem”.

Disse NOSSO SENHOR a Santa: "Creias tu, filha, que EU sou JESUS CRISTO, reparador e não destruidor da vida; EU sou o Verdadeiro e a Verdade Plena, e não o mentiroso, e Meu poder é eterno, e sem ele nada existe e nada se fará. E é tão verdadeiro que estou nas mãos do sacerdote, e mesmo que o sacerdote duvidasse, não obstante, pelas palavras que EU estabeleci e disse, por estas palavras que EU mesmo falei, estou verdadeiramente em suas mãos, e todo aquele que ME recebe, recebe a Minha Divindade e Minha Humanidade, em forma de pão”.

"Que é, pois, DEUS, senão vida e doçura, luz esplendorosa, bondade infinita, justiça que julga e misericórdia que salva? Que é a Minha humanidade, senão uma carne sutilíssima, a união de DEUS com o homem, e cabeça de todos os cristãos? Logo todo o que crê em DEUS e recebe o seu Corpo (Sagrada Comunhão), recebe também a Sua Divindade, porque recebe a vida; e recebe também a humanidade, com que se juntam DEUS e o homem, recebendo tudo na forma de pão (Hóstia Consagrada), se achando ali Real e Verdadeiramente presente como está nos Céus, ocultando apenas a sua forma para despertar a fé”.

A pessoa má recebe igualmente a mesma Divindade, mas ela é julgadora, não agradável e prazerosa; recebe também a humanidade, mas menos agradável com ele, mesmo na forma de pão, porque é na mesma espécie que se vê e que se recebe a verdade oculta, porque assim que os maus ME aproximam de seus lábios e de sua boca, ME afasto com Minha Divindade e Humanidade, ficando somente a memória do pão. E acontece isto, porque quando a pessoa má recebe o Meu Corpo em realidade EU não estou ali presente. Por isso, o mesmo Sacramento recebido pelos bons e pelos maus, tem efeitos totalmente diferentes”.

"Finalmente, no mesmo sacrifício se apresenta ao homem a Vida, isto é, o mesmo DEUS, que se dá também nesta Vida; mas a Vida não permanece com os maus, porque ela não aceita o mau, e assim, no mau, só fica o paladar e a sensação de ter recebido o pão”.

O Purgatório e seus diferentes Graus.


O Purgatório e seus

diferentes Graus.

LIVRO 4 - Capítulo 6



REVELAÇÕES DO PURGATÓRIO

Santa Brígida estava rezando, quando numa visão espiritual, viu um palácio muito grande e cheio de gente, todos com roupas brancas resplandecentes e cada um em seu assento. Mas havia um trono judicial superior aos outros, que estava ocupado por um Ser como o SOL. DELE saia uma prodigiosa Luz e o resplendor era de dimensões notáveis na longitude, latitude e profundidade. Próximo ao trono estava uma VIRGEM com uma preciosa coroa na cabeça, e todos do palácio serviam Aquele que estava no trono brilhando como um SOL, dando-LHE mil louvores com hinos e cânticos.

Atrás DELE, vi um negro, como se fosse um etíope, feio e de aspecto abominável, cheio de imundice e inflamado de cólera, que começou a gritar dizendo: “Ó JUIZ justo, julga esta alma e ouve as suas obras, porque pouco lhe resta de estar no corpo, e me dá licença para que atormente a alma e o corpo no que for justo”. Depois, a Santa viu um soldado armado junto ao trono, com aspecto modesto, sábio nas palavras e educado em seus gestos, dizendo: “Ó JUIZ, vês aqui as boas obras que esta alma fez até hoje”. E logo se ouviu uma voz do trono dizendo: “São, pois, os vícios que existem nesta alma, mais que as virtudes. Não é justiça que tenha a soma dos vícios como parte da virtude, nem elas podem se juntar”. Em seguida disse o negro: “Para mim é de justiça que esta alma me seja entregue; que ela tenha vícios não importa, porque estou cheio de maldades, e assim, ela estará bem comigo”. Disse o soldado: “A misericórdia de DEUS acompanha todas as pessoas até a morte, e até que a alma tenha saído do corpo não se pode dar uma sentença; e esta alma, sobre a qual pleiteamos, ainda está no corpo e tem sua liberdade para escolher o seu caminho”.

Replicou o negro: “A Escritura que não pode mentir diz: Amarás a DEUS sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo. E tudo que esta alma tem feito é por temor, não por amor a DEUS, e todos os pecados que ela confessou, foi com pouca contrição e arrependimento. Assim sendo, ela não merece o Céu, justo é que ela seja enviada ao inferno, pois seus pecados estão aqui absolutamente claros diante da Justiça Divina, e deles, ela nunca teve uma verdadeira contrição e arrependimento”. Disse o soldado: “Esta infeliz, esperou e acreditou que assistida pela graça teria essa verdadeira contrição”.

Respondeu o negro: “Tens trazido aqui todo bem feito por esta alma, todas as sua palavras e pensamentos que possam lhe servir para a salvação; mas tudo isto não é suficiente nem com muita boa vontade, comparando ao que vale um verdadeiro ato de contrição e arrependimento, nascido da caridade Divina com fé e esperança; e por conseguinte, não pode servir para apagar todos os seus pecados. Isto porque, a Justiça é de DEUS, definida em sua eternidade, que ninguém se salvará sem arrependimento; e como é possível que DEUS vá contra este seu decreto eterno? Resulta que, com toda razão peço esta alma para ser atormentada com a pena eterna no inferno”.

O soldado não replicou, e logo apareceram inúmeros demônios, semelhantes as centelhas que saem de um fogo ardente, e uma voz clamava dizendo ao que estava no trono: “Bem sabemos que é um DEUS em três Pessoas Divinas, que não tem princípio e nem fim, nem existe outro DEUS senão TU, que é o verdadeiro Amor (Caridade), em Quem se junta a Misericórdia e a Justiça. TU está em TI Mesmo desde o princípio, não há em TI nenhuma modificação ou inconstância, TU és o Mesmo, tudo está em TI perfeitamente acabado e completo como convém a um DEUS; fora de TI não existe nada, e sem TI não existe satisfação e nem alegria”.

“TEU Amor fez os Anjos com o poder de TUA Divindade, e os fizestes segundo a VOSSA infinita Misericórdia. Mas depois que interiormente nos inflamamos com a soberba, inveja e avareza, TUA Caridade, que ama a Justiça, jogou-nos do Céu com o fogo de nossa malícia ao incompreensível e tenebroso abismo que se chama inferno. Assim fez então TUA Caridade, que também não se afastará agora de TEU justo julgamento, que se faz segundo a TUA Misericórdia, ou segundo a TUA Justiça. E ainda nos atrevemos a dizer, que se o que amas com preferência a todas as coisas, que é a VIRGEM MARIA, TUA MÃE e que TI gerou, e que nunca pecou, se tivesse pecado mortalmente e morrido sem contrição Divina, amas tanto a Justiça, que sua alma nunca teria subido ao Céu. Logo, ó JUIZ, porque não declaras ser nossa esta alma, para que a atormentemos segundo as suas obras”?

Ouviu-se depois o som de uma trombeta e todos ficaram em silêncio, e uma voz disse: “Calai e ouvi todos vocês, Anjos, almas e demônios, vai falar a MÃE DE DEUS". Em seguida a VIRGEM MARIA apareceu diante do trono do JUIZ, trazendo muitas coisas escondidas embaixo do manto, e disse aos demônios: “Vocês, inimigos, perseguis a misericórdia, e sem nenhuma caridade pregais a justiça. Ainda que seja verdade que esta alma se acha em falta com as boas obras, e por falta delas não possa entrar no Céu, olhe o que trago debaixo de meu manto. E levantando um painel por ambos lados, via-se uma pequena igreja e nela alguns religiosos; e pelo outro lado viam-se homens e mulheres, amigos de DEUS, e todos rezavam a uma só voz, dizendo: SENHOR, tenha misericórdia dessa alma”.

Reinou um grande silêncio e NOSSA SENHORA prosseguiu: “A Sagrada Escritura diz que aquele que tem uma verdadeira fé pode mudar os montes de um lugar para outro. O que não pode fazer então os clamores e súplicas de todos aqueles que tem fé e servem a DEUS com fervoroso amor? O que não podem alcançar os amigos de DEUS, que rogaram e pediram por esta alma, para que fosse afastado do inferno e conseguisse o Céu, e bem mais ainda quando por suas boas obras não procuraram outra vantagem que os bens celestes para aquele que necessitava? Porventura, não podem as lágrimas e as orações de todos os bem-aventurados ajudar a levantar esta alma, para que antes de sua morte tenha uma verdadeira contrição com o Amor de DEUS? Eu também unirei os meus rogos as orações de todos os Santos que estão no Céu, a quem esta pessoa honrava com particular veneração”.

“E a vós demônios, os mando da parte do JUIZ e de seu poder, que atendais em sua justiça ao que estão vendo agora”. E todos responderam numa só voz: “Vemos que no mundo as lágrimas e o arrependimento aplacam a ira de DEUS, assim os pedidos que são feitos O inclinam a Misericórdia com Amor”. Depois disto, ouviu-se uma voz que saiu Daquele que estava sentado no Trono resplandecente: “Pelos rogos de Meus amigos, esta pessoa terá contrição antes da morte e não irá para o inferno, irá para o Purgatório com os que ali padecem tormentos por causa de seus pecados: e assim que terminar de pagar todos os seus pecados, receberá seu prêmio no Céu, com aqueles que tiveram fé e esperança, mas com pouca caridade”. E assim que ouviram isto, os demônios fugiram.

Depois, Santa Brígida viu que foi aberto um abismo profundo tenebroso, no qual havia um forno imenso incandescente, e no meio daquele fogo sobrenatural estavam os demônios e as almas vivas, que se abrasavam ardendo num calor insuportável e impiedoso. Sobre aquele forno estava a alma cheia de aflição. Tinha os pés fixos numa haste do forno, com o corpo levantado, e não estava no mais alto nem no mais baixo do forno. Sua figura tinha um aspecto horrível. O fogo parecia sair debaixo dos pés da alma e vir subindo, como a água sobe por um cano; e se comprimindo violentamente, passava por cima da cabeça da alma, de modo que por todos os seus poros e veias corria um fogo abrasador. As orelhas lançavam fogo como de uma forja, que com o contínuo sopro lhe atormentava o cérebro.

Os olhos estavam torcidos e afundados, como se estivessem na nuca. A boca estava aberta e a língua enfiada pelas aberturas dos narizes, e pendurada até os lábios. Os dentes eram agudos como cravos de ferro, fixos no paladar. Os braços aumentaram tanto que chegavam até os pés. As mãos estavam cheias e comprimiam sebo e peixe incandescentes. A pele que cobria o corpo da alma, era suja e asquerosíssima, tão feia e fria, que só de ver causava tremor, e dela saía uma matéria como de uma úlcera inflamada com sangue e pus, com um fedor tão horrível, que não se pode comparar com nada asqueroso do mundo.

Depois de ver este tormento, a Santa ouviu uma voz que saía do íntimo daquela alma, que repetiu cinco vezes: “Ai de mim! Ai de mim"! Clamando com toda força e derramando abundantes lágrimas. "Ai de mim que tão pouco dei atenção e amei a DEUS pelas Suas Supremas Virtudes e pelas graças que me concedeu, e que eu não soube aproveitá-las! Ai de mim, que não temi como devia a Justiça de DEUS! Ai de mim, que amei os prazeres de meu Corpo e de minha carne pecadora! Ai de mim, porque conheci os terríveis Luiz e Juana”!

E logo o Anjo disse a Santa Brígida: Eu vou lhe explicar esta visão. Aquele palácio que você viu é a semelhança do Céu. A multidão que estava nos assentos e tronos com veste branca e resplandecentes são os Anjos e as Almas dos Santos. O SOL que estava no trono mais alto, é JESUS CRISTO na sua Divindade. A mulher é a VIRGEM MÃE DE DEUS. O negro é o diabo que acusa a alma e quer se apossar dela. O soldado é o Anjo da Guarda, que apresenta as boas obras feitas por aquele homem. O forno incandescente é o inferno, que permanece ardendo com suas terríveis chamas em toda pujança, e tão violentas elas são, que se o mundo com tudo o que tem se incendiasse, ainda não podia se comparar com a veemência e o horror daquele fogo. No inferno ouvem-se diversas vozes, todas contra DEUS, e todas principiam e acabam com um ai, um grito de horror, de angústia e de sofrimento. E as almas parecem pessoas, cujos membros se estendem e são atormentados pelos demônios, sem descanso algum. Por outro lado, as almas que estão a se abrasar no fogo que arde na fornalha das trevas eternas, não têm todas as mesmas penas. Tudo é determinado pela Justiça Divina pela grandeza e imensidão dos pecados de cada uma.

Aquele tenebroso lugar que viste ao redor do imenso forno, é o limbo, que participa das trevas do forno, mas não de suas penas, e ambos são lugares do inferno, e os que ali entram, nunca alcançarão à vista de DEUS. Acima dessas trevas, ou seja, bem perto do inferno, está a maior pena que as almas podem sofrer no Purgatório. E para além deste lugar, na outra extremidade, há outro lugar, onde se sofre a pena menor do Purgatório, que somente consiste em faltas menores, de pecados veniais e outras coisas semelhantes.

Existe também um outro lugar no Purgatório, superior a esses dois, onde não se padece outra pena, senão a do desejo de ver DEUS e gozar da Sua adorável companhia. Nesta purificação espiritual a alma sente uma indomável vontade de ver e de se aproximar de DEUS, mas sente que não consegue enquanto não concluir a sua sentença.

Em primeiro lugar, a alma é colocada sobre as trevas do inferno, onde ela sofre a maior pena do Purgatório, conforme viste padecer àquela alma. Ali há vermes peçonhentos e animais selvagens; há calor e frio; existe confusão e trevas vindas das penas do inferno, e umas almas tem ali maiores penas e tormentos que outras, conforme fizeram maior ou menor reparação dos seus próprios pecados, até quando as suas almas deixaram os seus corpos. Logo a Justiça de DEUS tira a alma daquele local e envia a outros lugares, onde permanecem detidas até alcançar algum refrigério e ajuda de seus amigos particulares, ou dos sacrifícios e das continuas boas obras da Santa Igreja. A alma que tem maiores auxílio, mais rápido cumpre sua pena e se livra daquele lugar. Dali a alma vai para o terceiro estágio, onde não existe mais pena além do imenso desejo de chegar na presença de DEUS, e de gozar de sua visão beatífica. Neste lugar existem muitas pessoas há bastante tempo, porque quando viveram no mundo, não tiveram um perfeito desejo de chegar à presença de DEUS e desfrutar da alegria e satisfação de estar na presença DELE.

O Anjo também narrou que muitos morrem tão justos e tão inocentes, que logo após a morte, chegam à presença de DEUS, gozam da alegria e do prazer de estar junto do SENHOR; outros morrem, depois de reparar todos os seus pecados no mundo, de modo que suas almas não recebem nenhuma pena ou castigo. Mas são poucos os que não vão ao lugar aonde se padece o castigo do desejo de encontrar DEUS, de matar a saudade de DEUS. As almas que estão nestes três lugares, participam das orações e boas obras da Santa Igreja, que se faz no mundo; principalmente daquelas que elas fizeram enquanto viveram, e das que seus amigos fazem por elas depois da morte. Dessa forma, como os pecados são diferentes e de muitas classes, assim também as penas são diferentes; significa dizer que no Purgatório existe o local certo para cada alma pagar sua dívida com a Justiça de DEUS. Assim, todas as orações, sacrifícios e Santas Missas que forem celebradas em sufrágio das almas, são providências preciosas, e elas lucram e participam de tudo o que por elas se faz no mundo.

Prosseguiu o Anjo, seja bendito de DEUS todo aquele que no mundo ajuda as almas com suas orações e com os seus sacrifícios. A Justiça de DEUS diz, que as almas que vão se purificar depois da morte com a pena do Purgatório, podem ser ajudadas com as boas obras de seus amigos e da Igreja, para que saiam mais cedo.

Depois disto, ouviram-se muitas vozes do Purgatório que diziam: "Meu SENHOR JESUS CRISTO, justo JUIZ, envie Seu Amor para aqueles que têm o poder espiritual no mundo, e então nós poderemos participar mais que agora de seu canto, das lições e dos oferecimentos".

Em cima, de onde saiam estes clamores havia uma espécie de casa, na qual se ouviam muitas vozes que diziam: "DEUS pague àqueles que nos ajudam e aliviam as nossas faltas". Na mesma casa parecia nascer à aurora, e embaixo desta apareceu uma nuvem que não participava da clareza da aurora, da qual saiu uma grande voz que disse: "Ó SENHOR DEUS, dá de TEU incompreensível poder cento por um, a todos os que no mundo nos ajudam e nos elevam com suas boas obras, para que vejamos a luz de TUA Divindade, e gozemos de TUA presença e da TUA Divina Face".

Continuação da revelação sobre o Purgatório.

LIVRO Nº 4 - Capítulo 7

Disse o Anjo a Santa Brígida: Aquela alma que viste e ouviste a sentença, está na pena mais grave do Purgatório. Isto foi ordenado por DEUS, porque ela se vangloriava muito com as coisas do mundo e de seu corpo; mas das espirituais e de sua alma não fazia caso, porque não se lembrava do muito que devia a DEUS e o desprezava. Por isso sua alma padece no ardor do fogo e treme de frio; as trevas a deixa cega, a horrível e temerosa vista de satanás e seus asseclas, e a vozeria e clamor dos demônios a deixa surda, interiormente padece fome e sede, e exteriormente se sente cheia de confusão e vergonha.

DEUS concedeu a esta alma uma graça especial, não permitindo que os demônios a tocassem e a atormentasse, quando ocorreu o óbito. Isto aconteceu porque ela se encontrava em início de conversão. Todo o bem que fez e tudo o que prometeu e deu dos seus bens adquiridos licitamente, e principalmente as orações dos amigos de DEUS, diminuíram e aliviaram a sua pena, segundo foi determinado pela justiça Divina. Mas quanto aos bens que deu os quais não foram adquiridos corretamente, ficou em proveito daqueles que justamente os possuíam antes, ou lhes servem em seu corpo, se são dignos disso, segundo a disposição do SENHOR.

Conclusão do assunto sobre o Purgatório.

LIVRO 4 - Capítulo 8

Disse o Anjo a Santa Brígida: Já ouviste como pelos rogos dos amigos de DEUS aquela alma antes de morrer teve arrependimento de seus pecados. Nascida do amor de DEUS, o seu arrependimento a livrou do inferno. Assim, a Justiça de DEUS sentenciou que ela ardesse no Purgatório por seis períodos de tempo, ou seja, por seis vezes a quantidade de anos em que ela viveu, desde que com pleno conhecimento cometeu o primeiro pecado mortal até o dia em que por amor a DEUS começou a se arrepender da transgressão. Este tempo poderá ser reduzido, se receber auxílio do mundo e dos amigos de DEUS (na Igreja ou no lar).

O primeiro período se compreende por aquele em que não amou a DEUS por sua Divina paixão e morte, e pelas muitas tribulações que o SENHOR sofreu para a salvação das almas. O segundo período é aquele em que não amou a sua própria alma como deveria fazer um cristão responsável, nem dava graças a DEUS por ter recebido o Batismo, e porque não era judeu e nem pagão. O terceiro período abraça aquele tempo em que sabendo bem o que DEUS tinha mandado, teve pouco interesse em fazer ou proceder daquele modo. O quarto período é aquele em que sabia bem o que DEUS tinha proibido aos que quisessem ir para o Céu, e atrevidamente fez exatamente aquilo que não podia e nem devia fazer, se deixando levar pelo desejo sexual e desobedecendo a voz de sua consciência. O quinto período foi aquele em que não usou a graça Divina que se lhe oferecia, nem da Confissão, como é absolutamente normal a todas as pessoas, embora tivesse muito tempo para isso, para revelar o seu arrependimento pelos pecados cometidos. O sexto período compreende aquele no qual recebia com pouca frequência o Corpo e Sangue de JESUS porque não deixava de pecar, nem teve a devida caridade ao recebê-LO no final de sua vida.

Há um lugar no Purgatório, onde não se padece outra pena senão o desejo de ver e estar junto de DEUS.

LIVRO 4 - Capítulo 91



Santa Brígida estava rezando por um sacerdote idoso ermitão, seu amigo, que acabava de morrer, e tinha tido uma vida exemplar, cheia de grandes virtudes, e já estava num caixão na Igreja pronto para ser sepultado.

Então lhe apareceu à SANTA VIRGEM MARIA e lhe disse: “Saiba minha filha, que a alma deste ermitão, seu amigo, teria entrado no Céu no momento em que deixou o seu corpo, mas no instante de sua morte ele não teve o desejo de se apresentar à presença de DEUS e de ver o SENHOR. E por esta razão encontra-se detido no “Purgatório do desejo”, onde não há nenhuma pena, senão somente a retenção do desejo de ir ao encontro de DEUS. Com tudo, antes que seja sepultado o seu corpo, a sua alma pelos méritos adquiridos em vida entrará na glória eterna”.

A VIRGEM MARIA aproveitou para instruir Santa Brígida de quanto é importante deixar os acontecimentos nas Mãos de DEUS como manifestação de amor a DEUS, não se esfalfando preocupadamente em solucionar dificuldades que fogem totalmente ao controle humano. A confiança em DEUS é fundamental e necessária como demonstração de amor a DEUS, e ela se concretiza desde os menores atos de colocar confiantemente nas Mãos do SENHOR, a súplica de uma orientação, para a solução de algum problema.

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